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sábado, 17 de dezembro de 2011

“Revolução da alegria” de Joãosinho Trinta ainda aguarda um filme


É curioso que o responsável por algumas das imagens mais poderosas do Carnaval não tenha merecido um filme à altura do que foi capaz de criar na avenida. Até onde eu sei, “A Raça Síntese de Joãosinho Trinta”, exibido em 2009, é a principal tentativa de documentação do trabalho do carnavalesco, mas deixa a desejar.
Muito mais uma homenagem do que um documentário, o filme de Paulo Machiline e Giuliano Cedroni acompanha o carnavalesco durante a preparação do desfile da Grande Rio em 2003, “O Brasil que Vale”, que deixou a escola em terceiro lugar.

Joãosinho Trinta (1933-2011) já estava debilitado na ocasião das filmagens por conta dos dois AVCs (acidente vascular cerebral) que sofreu. O filme confia basicamente a três pessoas (Fernando Pamplona, Carlos Heitor Cony e Ferreira Gullar) a tarefa de explicar a trajetória de um dos mais importantes nomes do Carnaval brasileiro.

Joãosinho Trinta fala um pouco sobre a sua visão de cultura popular, mas não desenvolve nenhuma grande questão. Ao acompanhá-lo pelo barracão da Grande Rio, podemos vê-lo em ação – rigoroso e exigente com os responsáveis pela montagem de carros alegóricos –, mas em momento algum o documentário deixa a superfície para mergulhar, de fato, no mundo do carnavalesco.

A morte de Joãosinho Trinta certamente vai estimular um mergulho mais atento e detalhado sobre o seu trabalho, capaz de dar conta da revolução que operou no Carnaval. Em todo caso, “A Raça Síntese de Joãosinho Trinta” serve como uma introdução, ou um aperitivo, ao homem que sonhou com “a revolução da alegria”.

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