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sábado, 3 de setembro de 2011

Vacina injetável deve substituir gotas na prevenção contra pólio


As gotinhas usadas normalmente no Brasil para combater a paralisia infantil (poliomielite) devem ser substituídas no futuro pela versão injetável da vacina.


Conhecida como Sabin, a vacina oral contém um vírus atenuado da doença e foi responsável por erradicar a doença no país há 20 anos após campanhas de vacinação.


O motivo apresentado por médicos e pelo Ministério da Saúde são as reações adversas causadas pela Sabin, que ficou popularizada no Brasil pelo personagem Zé Gotinha.

O caso de uma criança de um ano e quatro meses em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais, talvez tenha sido mais um exemplo. Diagnosticada pelo médico Walter Luiz Magalhães como portadora de paralisia intensa e flacidez nas pernas e no braço direito - sintomas que podem ter sido causados pelo vírus da poliomielite.


"Especialmente durante a administração das primeiras doses, o vírus pode sofrer uma mutação no intestino e retomar a habilidade de causar a doença", explica Renato Kfouri, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM). "A ideia de substituir vem exatamente por causa deste tipo de notificação."

A troca já foi adotada em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e europeus. A subtituição do uso da Sabin pela versão injetável - conhecida como Salk - é uma orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas deveria ser feita somente quando fosse constatada a erradicação total do vírus no mundo.


Apesar da ameaça, os efeitos adversos das gotinhas são raríssimos. Segundo o Ministério da Saúde, a cada 3 milhões de doses orais aplicadas em crianças em todo o mundo, somente uma irá causar poliomielite. No Brasil, foram 46 casos de paralisia infantil pós-vacina nos últimos 10 anos, de um total de 457 milhões de doses aplicadas até hoje no país. No mundo, são 500 casos por ano de paralisia após a vacina Sabin.


O último caso confirmado de contaminação pelo vírus selvagem no Brasil aconteceu na cidade de Souza, na Paraíba, em 1989. O vírus ainda é ativo em 26 países no mundo como Índia, Nigéria e Paquistão.

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