Ameaças,
inclusive de morte, são o principal tipo de violência doméstica contra a
mulher e o principal motivo é o inconformismo do homem com o fim do
relacionamento. A constatação é do juiz Nelson Melo de Moraes Rêgo,
titular da Vara Especial da Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher do Tribunal de Justiça do Maranhão, que apresentou, durante a 6ª
Jornada Maria da Penha promovida pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), o resultado da pesquisa “Violência doméstica contra a mulher:
dados estatísticos da Vara Especializada da Comarca de São Luís”.
As
lesões corporais, segundo ele, ocupam o segundo lugar entre os tipos de
violência contra a mulher. Isso em termos nacionais. A pesquisa na vara
de São Luís (MA), com base em 512 medidas protetivas, verificou
diversos dados dos agressores e das agredidas, como faixa etária,
escolaridade, profissão e faixa de renda.
O
grupo de mulheres com idade entre 26 e 34 anos de idade representa 36%
das agredidas. A faixa entre 35 e 43 anos corresponde a 28% dos casos
verificados. Entre 18 e 25 anos estão 19% das vítimas. De acordo com
Nelson Melo de Moraes Rêgo, uma das dificuldades enfrentadas pelos
pesquisadores foi a escassez de informações. Somente 22% dos processos
informavam o grau de escolaridades das vítimas (8% ensino médio, 3%
ensino fundamental incompleto e 4% ensino superior completo). Na maioria
dos casos, de acordo com a pesquisa, os filhos também são vítimas da
violência (só 14% das mulheres agredidas não têm filhos).
Agressor -
Os homens que agridem as mulheres têm entre 35 e 43 anos (31%)
predominantemente. A faixa entre 44 e 52 anos corresponde a 16%, seguida
pelos com idade entre 18 e 25 anos (13%). Pedreiros, autônomos,
auxiliares de pedreiro, motorista, mecânico e vigilante são os
profissionais que mais agridem as mulheres, revela a pesquisa.
O juiz Nelson Melo de Moraes Rêgo afirma que a violência doméstica
acontece em todas as classes sociais e meios profissionais. Médicos,
advogados, empresários e até juiz de direito já figuraram na relação de
agressores em São Luís. Segundo ele, o juiz não chegou a ser processado.
Normalmente, as pessoas de maior renda aparecem menos nas estatísticas,
porque têm vergonha de denunciar. Entretanto, ele ressalta que o
desemprego é um importante fator de violência doméstica.
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