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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Socorrões passam por reformas e enfrentam desafio da grande demanda vinda do interior


A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), vem realizando um pacote de reformas e ampliação de 42 unidades básicas de saúde, das quais 29 já foram concluídas, e nas unidades de urgência e emergência. É justamente nesse setor que se dá o maior desafio de melhora na estrutura. Reformas de alas inteiras e adaptação de áreas para ampliação de serviços foram realizadas nos Socorrões I e II sem suspender o atendimento e com uma demanda crescente.
Dentro do pacote da Prefeitura, o Socorrão II teve reformados 80 leitos de ortopedia e ganhou mais 30 leitos de clínica médica e pediátrica, além da criação de alas vermelha e amarela, que funcionam no suporte a pacientes graves. O Socorrão I passou por reforma e ampliação das instalações, recebeu pintura, ganhou enfermarias climatizadas, novos leitos e recepções diferenciadas para pacientes graves e de demanda espontânea.
“Essas duas casas de saúde são o esteio do atendimento de urgência na capital e de grande importância, uma vez que acolhem pacientes também do interior e acabam tomando para si a responsabilidade das demais esferas públicas”, afirma a secretária municipal de Saúde, Ieda Vanderlei. O Hospital Djalma Marques (Socorrão I) e o Hospital Clementino Moura (Socorrão II) são os únicos para atendimento de urgência e emergência de alta complexidade da capital e únicos de referência para todo o Maranhão.
A população do Maranhão já ultrapassa os seis milhões de habitantes, sendo a Grande São Luís com pouco mais de 1 milhão. Toda essa demanda deságua nos Socorrões. Para se ter uma ideia, 40% do atendimento das duas unidades é de usuários originários de outros municípios maranhenses. O resultado é que os dois hospitais trabalham além de sua capacidade. Mesmo superlotados, acolhem todos os tipos de pacientes, até casos mais simples vindos do interior, que poderiam ser sanados nos próprios municípios.
“Por não haver, nos municípios, leitos de retaguarda, os Socorrões da capital abrigam um número expressivo de pacientes com problemas crônicos que deveriam ser tratados em unidades específicas”, ressaltou Ieda Vanderlei. Dessa forma, é descaracterizada a real função dos Socorrões, que seria oferecer atendimento de urgência e emergência de alta complexidade.
Atendimento a todo o Maranhão
Por mês, os dois Socorrões recebem cerca de R$ 3 milhões, mas custam cerca de R$ 7 milhões (cada um) no mesmo período. Mesmo com o investimento de 25% do orçamento da Prefeitura na Saúde, a grande demanda sobrecarrega o planejamento, causando escassez de recurso. Para tentar diminuir a superlotação nos Socorrões, a Semus firmou convênio com a Santa Casa para realização de cirurgias ortopédicas.
O Socorrão I possui 128 leitos, sendo 12 de UTI/UCI, 65 macas (70 macas como leitos extras); atende cerca de 18 mil pessoas por mês, com média diária de 600 atendimentos realizados por equipe de 241 médicos em diversas especialidades. Em 2011 realizou 439.574 procedimentos e 10.095 internações. “O hospital vem se esmerando para cumprir sua missão de atender com qualidade aos usuários que buscam essa casa de saúde”, diz a diretora geral, Joselina Santana.
Já o Socorrão II conta com 156 leitos, 20 leitos de UTI, 176 macas (200 macas como leitos extras); atende cerca de 18 mil pessoas por mês com média diária de 600 atendimentos. Em 2011 foram registradas 500 mil e quinhentos procedimentos e 7.069 internações. O hospital possui ainda o único equipamento público de ressonância magnética em todo o Maranhão (desde março de 2010), que realiza, em média, 650 exames mensais. “Temos um centro de atendimento de referência que serve à capital e acolhe também pacientes do interior”, afirma o diretor geral da unidade, Ademar Branco.
Referência no Maranhão
O Socorrão II ganhou status de referência em atendimento à população após implantar o serviço de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR). O procedimento, realizado desde 2010, elevou a qualidade do serviço aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A casa de saúde também é recorde no número de atendimentos, que se soma ao número alto deacompanhantes. Devido a esses índices, o Serviço Social do Socorrão II implantou, em outubro de 2010, o ticket-refeição.
O hospital oferece ainda alimentação a funcionários da unidade e das polícias civil e militar. Aos pacientes são servidas seis refeições diárias. Em 2011 foram entregues 21.659 tickets-refeição. O hospital possui ala amarela, ala vermelha, ala azul (urgência/ emergência), observação de adulto, neurologia, nefrologia, recuperação do centro cirúrgico, ortopedia, clínica médica, clínica cirúrgica, UTI e urgência pediátrica.
De portas abertas
A demanda excessiva obriga a acomodação de pacientes de maneira improvisada, em macas nos corredores, já que por princípio o hospital público é uma casa de portas abertas. Desse modo, para os pacientes acomodados em macas, bem como para seus acompanhantes, o Ministério da Saúde não paga a conta. São os leitos não cadastrados e, portanto, não computados no planejamento orçamentário do Ministério da Saúde.
Uma distribuição mais equitativa dos recursos da saúde e o aumento da tabela SUS nos valores pagos por procedimentos realizados na rede são medidas que ajudariam a atenuar essa situação. Além disso, é preciso que cada município faça a sua parte, promovendo a atenção básica para que venham à capital só os pacientes mais graves.
“A Saúde só pode melhorar, de fato, quando cada esfera – federal, estadual e municipal– cumprir a parte que lhe cabe dentro da responsabilidade”, enfatiza a secretária Ieda Vanderlei, remetendo à Lei do Sistema Único de Saúde (SUS), nº8.080.
Socorrão I
Leitos -128 leitos
UTI/UCI –12
Macas - 65 macas
Macas-leitos extras – 70
Atendimentos/mês- 18 mil
Socorrão II
Leitos -156 leitos
UTI – 20
Macas - 176
Macas-leitos extras – 200
Atendimentos/mês– 18 mil

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