A
Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Saúde
(Semus), vem realizando um pacote de reformas e ampliação de 42 unidades
básicas de saúde, das quais 29 já foram concluídas, e nas unidades de
urgência e emergência. É justamente nesse setor que se dá o maior
desafio de melhora na estrutura. Reformas de alas inteiras e adaptação
de áreas para ampliação de serviços foram realizadas nos Socorrões I e
II sem suspender o atendimento e com uma demanda crescente.
Dentro
do pacote da Prefeitura, o Socorrão II teve reformados 80 leitos de
ortopedia e ganhou mais 30 leitos de clínica médica e pediátrica, além
da criação de alas vermelha e amarela, que funcionam no suporte a
pacientes graves. O Socorrão I passou por reforma e ampliação das
instalações, recebeu pintura, ganhou enfermarias climatizadas, novos
leitos e recepções diferenciadas para pacientes graves e de demanda
espontânea.
“Essas
duas casas de saúde são o esteio do atendimento de urgência na capital e
de grande importância, uma vez que acolhem pacientes também do interior
e acabam tomando para si a responsabilidade das demais esferas
públicas”, afirma a secretária municipal de Saúde, Ieda Vanderlei. O
Hospital Djalma Marques (Socorrão I) e o Hospital Clementino Moura
(Socorrão II) são os únicos para atendimento de urgência e emergência de
alta complexidade da capital e únicos de referência para todo o
Maranhão.
A
população do Maranhão já ultrapassa os seis milhões de habitantes,
sendo a Grande São Luís com pouco mais de 1 milhão. Toda essa demanda
deságua nos Socorrões. Para se ter uma ideia, 40% do atendimento das
duas unidades é de usuários originários de outros municípios
maranhenses. O resultado é que os dois hospitais trabalham além de sua
capacidade. Mesmo superlotados, acolhem todos os tipos de pacientes, até
casos mais simples vindos do interior, que poderiam ser sanados nos
próprios municípios.
“Por
não haver, nos municípios, leitos de retaguarda, os Socorrões da
capital abrigam um número expressivo de pacientes com problemas crônicos
que deveriam ser tratados em unidades específicas”, ressaltou Ieda
Vanderlei. Dessa forma, é descaracterizada a real função dos Socorrões,
que seria oferecer atendimento de urgência e emergência de alta
complexidade.
Atendimento a todo o Maranhão
Por
mês, os dois Socorrões recebem cerca de R$ 3 milhões, mas custam cerca
de R$ 7 milhões (cada um) no mesmo período. Mesmo com o investimento de
25% do orçamento da Prefeitura na Saúde, a grande demanda sobrecarrega o
planejamento, causando escassez de recurso. Para tentar diminuir a
superlotação nos Socorrões, a Semus firmou convênio com a Santa Casa
para realização de cirurgias ortopédicas.
O
Socorrão I possui 128 leitos, sendo 12 de UTI/UCI, 65 macas (70 macas
como leitos extras); atende cerca de 18 mil pessoas por mês, com média
diária de 600 atendimentos realizados por equipe de 241 médicos em
diversas especialidades. Em 2011 realizou 439.574 procedimentos e 10.095
internações. “O hospital vem se esmerando para cumprir sua missão de
atender com qualidade aos usuários que buscam essa casa de saúde”, diz a
diretora geral, Joselina Santana.
Já
o Socorrão II conta com 156 leitos, 20 leitos de UTI, 176 macas (200
macas como leitos extras); atende cerca de 18 mil pessoas por mês com
média diária de 600 atendimentos. Em 2011 foram registradas 500 mil e
quinhentos procedimentos e 7.069 internações. O hospital possui ainda o
único equipamento público de ressonância magnética em todo o Maranhão
(desde março de 2010), que realiza, em média, 650 exames mensais. “Temos
um centro de atendimento de referência que serve à capital e acolhe
também pacientes do interior”, afirma o diretor geral da unidade, Ademar
Branco.
Referência no Maranhão
O
Socorrão II ganhou status de referência em atendimento à população após
implantar o serviço de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR). O
procedimento, realizado desde 2010, elevou a qualidade do serviço aos
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A casa de saúde também é
recorde no número de atendimentos, que se soma ao número alto
deacompanhantes. Devido a esses índices, o Serviço Social do Socorrão II
implantou, em outubro de 2010, o ticket-refeição.
O
hospital oferece ainda alimentação a funcionários da unidade e das
polícias civil e militar. Aos pacientes são servidas seis refeições
diárias. Em 2011 foram entregues 21.659 tickets-refeição. O hospital
possui ala amarela, ala vermelha, ala azul (urgência/ emergência),
observação de adulto, neurologia, nefrologia, recuperação do centro
cirúrgico, ortopedia, clínica médica, clínica cirúrgica, UTI e urgência
pediátrica.
De portas abertas
A
demanda excessiva obriga a acomodação de pacientes de maneira
improvisada, em macas nos corredores, já que por princípio o hospital
público é uma casa de portas abertas. Desse modo, para os pacientes
acomodados em macas, bem como para seus acompanhantes, o Ministério da
Saúde não paga a conta. São os leitos não cadastrados e, portanto, não
computados no planejamento orçamentário do Ministério da Saúde.
Uma
distribuição mais equitativa dos recursos da saúde e o aumento da
tabela SUS nos valores pagos por procedimentos realizados na rede são
medidas que ajudariam a atenuar essa situação. Além disso, é preciso que
cada município faça a sua parte, promovendo a atenção básica para que
venham à capital só os pacientes mais graves.
“A
Saúde só pode melhorar, de fato, quando cada esfera – federal, estadual
e municipal– cumprir a parte que lhe cabe dentro da responsabilidade”,
enfatiza a secretária Ieda Vanderlei, remetendo à Lei do Sistema Único
de Saúde (SUS), nº8.080.
Socorrão I
Leitos -128 leitos
UTI/UCI –12
Macas - 65 macas
Macas-leitos extras – 70
Atendimentos/mês- 18 mil
Socorrão II
Leitos -156 leitos
UTI – 20
Macas - 176
Macas-leitos extras – 200
Atendimentos/mês– 18 mil
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