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terça-feira, 21 de julho de 2015

Executivos da Camargo Correa são condenados a mais de 15 anos de prisão

Dalton dos Santos Avancini, presidente da construtora Camargo Corrêa, em São Paulo (SP)
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância, condenou nesta segunda-feira executivos da empreiteira Camargo Correa pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa. O ex-presidente da empresa Dalton Avancini e o executivo Eduardo Leite, que firmaram acordo de delação premiada com a Justiça, receberam penas de 15 anos e 10 meses cada. Já João Ricardo Auler foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão.

Avancini e Leite relataram que a Camargo Correa desembolsou pelo menos 110 milhões de reais em propina ao longo de seis anos para os ex-diretores de Serviços, Renato Duque, e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Entre 2007 e 2012, dizem os delatores, a construtora pagou 63 milhões de reais para a Diretoria de Serviços e 47 milhões de reais para a Diretoria de Abastecimento. Moro negou o perdão judicial pleiteado pelas defesas dos empreiteiros. O juiz determinou que ambos fiquem em prisão domiciliar. Na sequência, passarão para regime semi-aberto. "Eventualmente, se houver aprofundamento posterior da colaboração, com a entrega de outros elementos relevantes, a redução das penas pode ser ampliada na fase de execução", afirma o juiz sobre Avancini.

O magistrado considerou agravante para fixar a pena de Avancini por lavagem a "especial sofisticação" do crime. Segundo ele, o caso envolveu "seis empresas de fachada, simulação de prestação de serviços, contratos e notas fiscais falsas". Ao estipular a sentença de Leite, Moro destaca: "A corrupção com pagamento de propina de dezenas de milhões de reais e tendo por consequência prejuízo equivalente aos cofres públicos merece reprovação especial".

Também foram condenados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e o ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira, o Careca, que recebeu sentença de onze anos e dez meses de reclusão.

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