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Segundo a Secretaria de Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap), a conquista de ter quase metade dos internos trabalhando ou estudando tem sido a resposta das iniciativas que integram a política de ressocialização, adotada pelo governo Flávio Dino, dentro do projeto de humanização da execução penal.
“Esse número de pessoas, que hoje estuda e trabalha na UPR de Rosário, é o reflexo do trabalho da direção e dos servidores daquela unidade prisional, que entenderam e absorveram como meta aquilo que o Governo do Estado deseja para o sistema prisional maranhense: que é mudar pessoas que ali estão privadas de liberdade. Essa mudança perpassa, é claro, pela qualificação, pelo trabalho compromissado e estudo, visando dar oportunidades a essas pessoas que sempre estiveram às margens da lei”, destacou o secretário Murilo Andrade de Oliveira.
O projeto nasceu por iniciativa do interno Valdelício Xavier, de 30 anos, e teve, de imediato, o apoio do diretor da unidade, Paulo Adriano Abreu. “Antes de ser preso, o Valdelício já trabalhava com artesanato, e me pediu para ensinar a técnica a outros internos da unidade prisional, o que achei muito importante, já que o grande foco disso tudo é humanizar aqueles que, na maioria das vezes, estão alheios a todas as oportunidades de trabalho e renda digna, oferecidas pela sociedade”, contou o diretor da UPR de Rosário.
Gesso e palitos de picolé viram verdadeiras obras de arte nas mãos de 25 detentos da UPR de Rosário. Ali são confeccionadas casas em miniaturas, abajures, cofres e até réplicas de animais pelos detentos que trabalham nas chamadas “Oficinas de Artesanato em Gesso e Palito”, que funcionam de segunda a sexta-feira, na unidade prisional. Além das oficinas, os internos participam dos trabalhos na horta, e do programa de educação, desenvolvidos para também resgatar, entre os detentos, o gosto e a dedicação pelos estudos.
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Os valores das peças confeccionadas pelos detentos da UPR de Rosário variam entre R$ 5 e R$ 100. Para incentivar as primeiras produções dos artesãos, a direção da casa penal arcou com as primeiras despesas, mas, atualmente, são os próprios internos que sustentam o capital de giro com o dinheiro das vendas, e mantêm o próprio negócio. Além disso, as pessoas que visitam os detentos são quem compram a matéria-prima utilizada na confecção das peças, e quem os ajudam na venda dos artesanatos do lado de fora.
Segundo a direção da UPR de Rosário, a técnica para manuseio e criação das peças de gesso é simples. Basta misturar gesso e água, encher os moldes, pôr para secar, dar o acabamento, e embalar para venda. Já para produzir as peças de palitos de picolé é necessário cola, barbante, fita de cetim e, é claro, os palitos. “Geralmente a quantidade de palitos é o que muda. É muito barato trabalhar com essa arte e, dependendo do que você fizer, o lucro pode ser muito bom”, disse o interno Erisvaldo Rodrigues da Silva, de 23 anos.
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