O TRF (Tribunal Regional Federal) em Porto Alegre negou, nesta quarta-feira (7), o pedido de habeas corpus de Marcelo Odebrecht, presidente do grupo Odebrecht e preso na Operação Lava Jato desde junho. Os magistrados entenderam que a prisão se justifica pelo "papel de proeminência" do executivo dentro do esquema de corrupção na Petrobras e pelo risco à ordem pública.
Pesam contra o empresário, além de relatórios de contas da Odebrecht no exterior, as suspeitas de que ele tenha tentado eliminar provas, como registrado em um bilhete enviado aos seus advogados.
"Tais atos atentam contra a higidez da investigação, exigindo, pois, a intervenção judicial", votou o desembargador João Pedro Gebran Neto, seguido por unanimidade pelo tribunal.
A defesa do empreiteiro nega qualquer tentativa de impedir a investigação, e diz que o bilhete foi mal interpretado. Os advogados argumentam que a prisão de Marcelo não tem fundamentos, e que sua libertação não representaria riscos à ordem pública ou à investigação, como argumenta o Ministério Público.
Os desembargadores entenderam, porém, que a prisão se justifica pelos indicativos de "reiterada conduta ilícita" da Odebrecht e de seus diretores, que agiriam "de modo organizado e cooperado para fraudar licitações", conforme escreveu Gebran Neto. Os advogados ainda podem recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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