Funcionários
públicos, policiais e até um fuzileiro naval. Pessoas que,
supostamente, deveriam zelar pela lei foram presas por participar de uma
tentativa de fraude do concurso público para a Guarda Municipal de
Belém (GBel).
Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de
ontem, foram apresentadas as nove pessoas detidas durante a operação
realizada pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe),
Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda
Municipal de Belém. As prisões aconteceram no final da manhã de domingo
(1º), durante as provas da 1ª fase do concurso, que constituía em
questões objetivas. A polícia agiu simultaneamente em cinco diferentes
locais de prova e impediu a ação de duas quadrilhas.
Um dos grupos
detidos era composto por David Chaves dos Santos, Johnny de Oliveira
Chermont, Ronald Figueiredo Bittencourt, Adriano Moraes Bittencourt e
Giuliane da Cruz Filgueira. No golpe, o fuzileiro naval David, munido de
uma carteira de identidade falsa, serviria de candidato “dublê” para
Johnny, funcionário público, fazendo a prova em seu lugar.
ESQUEMA
O
esquema não terminava aí. Munido do gabarito da prova, David repassaria
as questões ao policial militar Marcos Anderson Araújo Ferreira e ao
guarda municipal de Ananindeua Ronald Figueiredo Bittencourt, que
esperavam pelo resultado do lado de fora. Por sua vez, eles enviariam as
respostas via mensagem de celular para o também guarda municipal de
Ananindeua Adriano Moraes Bittencourt, primo de Ronald, e Giuliane da
Cruz Filgueira, esposa de Marcos. O fuzileiro receberia R$ 10 mil para
resolver a prova e repassar o gabarito ao restante do grupo.
“David
teria sido escolhido por ter sido aprovado em vários outros concursos. É
uma pessoa de capacidade. Já a pessoa que o contratou é um pouco
diferente. Ela tem passagem pela polícia por assalto”, afirma o delegado
da Dioe, Rogério Moraes.
A outra quadrilha presa envolvia três
membros da mesma família: o agente do Departamento de Trânsito do Pará
(Detran-PA) Alcir Ferreira Castro, sua mulher, Regiane e o sobrinho,
Alcir. O delegado Rogério não informou mais detalhes sobre a identidade
dos envolvidos ou a forma de fraude que praticaram, sob o argumento de
que atrapalharia a investigação, que está em andamento. “Ainda é cedo
para afirmar, mas as quadrilhas, aparentemente, agiram de forma
independente”, disse.
A Guarda Municipal de Belém foi alertada por um
telefonema anônimo, no qual o informante afirmava ter pago R$ 6 mil
pelo gabarito da prova. Denúncias semelhantes foram recebidas via e-mail
pelo Centro de Extensão, Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional
Ltda (Cetap), responsável pela elaboração da prova.
A diretoria do
Cetap informou que a entidade conta com procedimentos de segurança. “O
Cetap tem evoluído muito com a adoção de procedimentos de segurança para
o concurso e para os candidatos”, esclarece o diretor, Luis Eduardo
Onishi
Gabarito seria passado por celular
Segundo
a polícia, os candidatos que foram fazer a prova estavam munidos de um
telefone celular escondido embaixo das roupas, preso ao corpo. Os
integrantes receberiam o gabarito através das vibrações produzidas pelas
mensagens, em um código estabelecido pela quadrilha.
O esquema foi interrompido antes que fosse posto em prática. O candidato “dublê” foi preso assim que entregou a prova. Todo o bando foi preso em flagrante e está detido no presídio Coronel Anastácio Neves, em Americano.
O esquema foi interrompido antes que fosse posto em prática. O candidato “dublê” foi preso assim que entregou a prova. Todo o bando foi preso em flagrante e está detido no presídio Coronel Anastácio Neves, em Americano.
O
grupo será autuado de acordo com a lei 12.550/2011, aprovada em 16 de
dezembro de 2011, que tipifica a cola eletrônica como crime. Foram
indiciados por formação de quadrilha, falsificação, uso de documentos
falsos e tentativa de estelionato.
Foi descartada mais uma vez a
suspeita de fraude denunciada por um grupo de candidatos que se
submetiam a prova na Escola Raimundo Martins Viana, na avenida Augusto
Montenegro, no bairro Parque Verde. Momentos depois do início da prova,
um dos candidatos foi visto com fones de ouvido, marcando as respostas
no cartão. Os demais presentes se revoltaram com o fato, iniciando um
tumulto, e seguiram para a Seccional Urbana da Marambaia para apresentar
queixa.
Segundo Luis Eduardo, diretor do Cetap, apesar de munido de
fones, não foi encontrado ponto eletrônico ou celular em posse do
suspeito. O diretor informou que a prova deste candidato foi analisada e
as respostas estariam marcadas aleatoriamente, com 90% de erros, sem
comprovação de fraude. “Quero reiterar que não houve vazamento de
gabarito, a integridade da prova está garantida. A prova, portanto, não
será anulada. Os alunos que se retiraram da prova infelizmente serão
eliminados de acordo com o edital do concurso”.
Um comentário:
Fui fazer minha prova nesta sala e estou indignada,
pois o sujeito estava sim com o celular no bolso com o fone no ouvido,inclusive a cordenadora que foi chamada pelo fical o revistou na frente de todos e encontrou o celular com o mesmo e colocou dentro de um envelope,junto com o fone dele retirado. Luis eduardo não foi você quem o revistou.A cordenadora sim deveria dar entrevista
e CONTAR O QUE REALMENTE ACONTECEU!!!
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