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terça-feira, 3 de abril de 2012

Concurso foi alvo de duas tentativas de fraudes no Pará


Funcionários públicos, policiais e até um fuzileiro naval. Pessoas que, supostamente, deveriam zelar pela lei foram presas por participar de uma tentativa de fraude do concurso público para a Guarda Municipal de Belém (GBel).
Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, foram apresentadas as nove pessoas detidas durante a operação realizada pela Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Municipal de Belém. As prisões aconteceram no final da manhã de domingo (1º), durante as provas da 1ª fase do concurso, que constituía em questões objetivas. A polícia agiu simultaneamente em cinco diferentes locais de prova e impediu a ação de duas quadrilhas.
Um dos grupos detidos era composto por David Chaves dos Santos, Johnny de Oliveira Chermont, Ronald Figueiredo Bittencourt, Adriano Moraes Bittencourt e Giuliane da Cruz Filgueira. No golpe, o fuzileiro naval David, munido de uma carteira de identidade falsa, serviria de candidato “dublê” para Johnny, funcionário público, fazendo a prova em seu lugar.
ESQUEMA
O esquema não terminava aí. Munido do gabarito da prova, David repassaria as questões ao policial militar Marcos Anderson Araújo Ferreira e ao guarda municipal de Ananindeua Ronald Figueiredo Bittencourt, que esperavam pelo resultado do lado de fora. Por sua vez, eles enviariam as respostas via mensagem de celular para o também guarda municipal de Ananindeua Adriano Moraes Bittencourt, primo de Ronald, e Giuliane da Cruz Filgueira, esposa de Marcos. O fuzileiro receberia R$ 10 mil para resolver a prova e repassar o gabarito ao restante do grupo.
“David teria sido escolhido por ter sido aprovado em vários outros concursos. É uma pessoa de capacidade. Já a pessoa que o contratou é um pouco diferente. Ela tem passagem pela polícia por assalto”, afirma o delegado da Dioe, Rogério Moraes.
A outra quadrilha presa envolvia três membros da mesma família: o agente do Departamento de Trânsito do Pará (Detran-PA) Alcir Ferreira Castro, sua mulher, Regiane e o sobrinho, Alcir. O delegado Rogério não informou mais detalhes sobre a identidade dos envolvidos ou a forma de fraude que praticaram, sob o argumento de que atrapalharia a investigação, que está em andamento. “Ainda é cedo para afirmar, mas as quadrilhas, aparentemente, agiram de forma independente”, disse.
A Guarda Municipal de Belém foi alertada por um telefonema anônimo, no qual o informante afirmava ter pago R$ 6 mil pelo gabarito da prova. Denúncias semelhantes foram recebidas via e-mail pelo Centro de Extensão, Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional Ltda (Cetap), responsável pela elaboração da prova.
A diretoria do Cetap informou que a entidade conta com procedimentos de segurança. “O Cetap tem evoluído muito com a adoção de procedimentos de segurança para o concurso e para os candidatos”, esclarece o diretor, Luis Eduardo Onishi
Gabarito seria passado por celular
Segundo a polícia, os candidatos que foram fazer a prova estavam munidos de um telefone celular escondido embaixo das roupas, preso ao corpo. Os integrantes receberiam o gabarito através das vibrações produzidas pelas mensagens, em um código estabelecido pela quadrilha.
O esquema foi interrompido antes que fosse posto em prática. O candidato “dublê” foi preso assim que entregou a prova. Todo o bando foi preso em flagrante e está detido no presídio Coronel Anastácio Neves, em Americano.
O grupo será autuado de acordo com a lei 12.550/2011, aprovada em 16 de dezembro de 2011, que tipifica a cola eletrônica como crime. Foram indiciados por formação de quadrilha, falsificação, uso de documentos falsos e tentativa de estelionato.
Foi descartada mais uma vez a suspeita de fraude denunciada por um grupo de candidatos que se submetiam a prova na Escola Raimundo Martins Viana, na avenida Augusto Montenegro, no bairro Parque Verde. Momentos depois do início da prova, um dos candidatos foi visto com fones de ouvido, marcando as respostas no cartão. Os demais presentes se revoltaram com o fato, iniciando um tumulto, e seguiram para a Seccional Urbana da Marambaia para apresentar queixa.
Segundo Luis Eduardo, diretor do Cetap, apesar de munido de fones, não foi encontrado ponto eletrônico ou celular em posse do suspeito. O diretor informou que a prova deste candidato foi analisada e as respostas estariam marcadas aleatoriamente, com 90% de erros, sem comprovação de fraude. “Quero reiterar que não houve vazamento de gabarito, a integridade da prova está garantida. A prova, portanto, não será anulada. Os alunos que se retiraram da prova infelizmente serão eliminados de acordo com o edital do concurso”.

Um comentário:

candidata á concurso publico faderal disse...

Fui fazer minha prova nesta sala e estou indignada,
pois o sujeito estava sim com o celular no bolso com o fone no ouvido,inclusive a cordenadora que foi chamada pelo fical o revistou na frente de todos e encontrou o celular com o mesmo e colocou dentro de um envelope,junto com o fone dele retirado. Luis eduardo não foi você quem o revistou.A cordenadora sim deveria dar entrevista
e CONTAR O QUE REALMENTE ACONTECEU!!!