Militares paraenses que estiveram
durante sete meses em missão no Haiti, país da América Central devastado
por um terremoto no ano de 2012, retornaram ontem a Belém. Cerca de 110
militares pousaram na Base Área de Belém, entre eles 24 soldados da
cidade de Santarém. Eles fizeram parte do 15º contingenciamento de força
de paz do Brasil no Haiti, que, por meio de rodízio, encaminha tropas
para atuarem em missões com a Organização das Nações Unidas (ONU) para
ajudar a restaurar o país.
Na área próxima ao local de pouso,
familiares emocionados aguardavam a chegada de seus heróis. “Meu coração
está apertado de tanta saudade, mas ao mesmo tempo feliz de saber que
ele foi para lá com uma missão nobre: ajudar ao próximo. Sei que foi
para isso que ele entrou nas Forças Armadas”, contou Lidiane Duarte,
esposa do sargento Eliezer, que não conteve as lágrimas ao ver o filho
de oito anos gritar por ele no momento que descia do avião.
De acordo
com o capitão Washington Amador, comandante da operação no Haiti, a
maior dificuldade enfrentada pelo pelotão foi a distância do lar. “Fomos
treinados para isso, mas nosso coração é mole. Ainda assim, fizemos o
nosso melhor e cumprimos todas as tarefas. Como militar, estou
realizado, já que pude colocar em prática tudo aquilo que aprendi na
teoria e nos treinamentos militares”, destacou. O capitão deixou em
Belém sua filha de apenas dois meses de idade. “Vou repassar a ela todas
as lições de vida que aprendi nesta etapa da minha vida”, declarou.
A
miséria e a desordem no país comoveram alguns militares que acreditam
que a ajuda humanitária que chega de toda parte pode impulsionar o
desenvolvimento naquela localidade. Para o sargento Alexandre Amorim,
23, o choque de realidade mudou sua forma de lidar com pequenas coisas
da vida. “Sei que devemos dar valor às nossas coisas, ter mais fé e
esperança, afinal é isso que move aquele povo que por algum tempo se
tornou nossa família”, relatou.
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