Os
passageiros do navio Comandante Otávio Oliva, que saíram do Porto da
Foz do Rio Camará na manhã de ontem, 09, em direção a Belém, tiveram que
esperar por quase 4 horas a operação para desencalhar a embarcação,
minutos após ter partido do Marajó. O navio estava com cerca de 700
passageiros a bordo, na maioria, pessoas que haviam escolhido o Marajó
para curtir o final de semana santo prolongado, nas cidades de
Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari.
A viagem teve início as 06h
da manhã, mas uma manobra errada do comandante da embarcação acabou por
provocar o choque do navio com um banco de areia às proximidades de uma
ilha menor chamada, pelos ribeirinhos, de Croinha. A maré estava baixa,
mas chovia muito na região desde a noite anterior. O navio Soure, da
mesma empresa, chegou para tentar prestar socorro, mas as amarras
utilizadas não aguentaram o peso da embarcação encalhada e romperam. A
tripulação ainda contou com o auxílio de alguns passageiros solidários
com a situação e que resolveram contribuir.
Somente por volta das
9:30h, com a maré já alta, o Soure conseguiu rebocar o Otavio Oliva que,
ainda apresentava problema nos motores, por isso teve que ser rebocado
até o meio da baia de Marajó. Com a solução do problema o navio seguiu
viagem e chegou em Belém próximo do meio dia. A viagem que era pra durar
pouco mais de duas horas, acabou estendendo-se para 6 horas de duração.
Ninguém da empresa explicou o ocorrido.
Passageiros contaram que viveram horas de pânico
O
navio “Otávio Oliva” só conseguiu socorro e desencalhar por volta das
9h, horário em que deveria estar atracando em Belém. O socorro foi
prestado por uma outra embarcação que vinha lotada de passageiros do
município de Soure, também no Marajó. “De longe enxergávamos que eles
estavam parados.
Como tinha muita gente nervosa, resolvemos prestar
socorro”, explicou um dos passageiros do navio de Soure, Leone Campos.
Após três tentativas com cordas e cabos de aço, o “Otávio Oliva”
conseguiu sair do lugar e chegou na capital às 11h30. A suspeita é de
que o comandante do navio tenha batido em um banco de areia e ao tentar
“desengatar” forçou a máquina e acabou quebrando o motor.
A viagem
teve um atraso de três horas, o que causou muito pânico entre s
passageiros. “Ficar a deriva foi muito perigoso. Por causa dos ventos
fortes, o navio poderia ter virado. E estava lotado e com muitas
crianças. Poderia ter sido uma tragédia maior”, contou a professora
Luana Soares. O perigo da embarcação virar foi recorrente entre os
passageiros. “O navio balançava muito. Apesar de estarmos próximos do
porto, a correnteza era forte e não tínhamos como voltar. Poderíamos ter
morrido e tinha muitas crianças dentro. Esse era o meu maior medo”,
disse José Sampaio.
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