O tema “oceanos” é geralmente deixado de lado nas negociações de meio ambiente, ofuscado por questões como mudanças climáticas ou desmatamento. Mas neste ano, na Rio+20, os líderes decidiram incluir os oceanos no texto final. A mídia já mostrou como isso é importante: estamos transformando os mares em esgotos, e causando sérios danos à vida marinha.
O texto “O futuro que queremos”, que está sendo negociado pelos chefes de governo e Estado, tem um capítulo exclusivo para falar dos oceanos. Em vinte parágrafos, os países concordam que o atual estágio de poluição do mar é um problema. “Nós vemos com preocupação que a saúde dos oceanos e da biodiversidade está sendo afetada negativamente pela poluição marinha, especialmente plásticos, poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e componentes a base de nitrogênio”, diz o texto.
O problema é que, no último momento, os países mudaram um dos parágrafos sobre a criação de um plano para a conservação de espécies em alto mar. Foi trocado a expressão “o quanto antes” por “em 2014″, atrasando em dois anos a implementação do plano. O texto também define que, até 2025, devem ser alcançadas “reduções significativas de poluição do mar para prevenir danos aos ambientes costal e marinho”.
As ONGs criticaram o texto, que chamaram de “fracasso colossal”. Segundo Greenpeace, o artigo modificado era “o único trecho sensato” do documento. Para a ONG High Seas Alliance, os culpados foram Estados Unidos, Canadá, Japão, Venezuela e Rússia, que teriam bloqueado comprometimentos mais fortes.
Mas nem tudo foi um fracasso para os oceanos. A Austrália, outro país que costuma ser acusado de bloquear as negociações, veio para o Rio com a proposta de criar a maior rede de reservas marinhas do mundo. Se o projeto australiano for aprovado no Congresso, o país terá uma área total de 3,1 milhões de km² de áreas marinhas protegidas. Segundo o governo australiano, espécies de tubarões, peixes e corais serão protegidas.
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