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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Insustentável: é a situação dos empregados da Acoa que presta serviço para Suzano

 
A véspera do feriado de 7 de Setembro foi de transtorno e frustração para funcionários da Acoa, prestadora de serviços da Suzano Papel e Celulose. Os trabalhadores - a maioria de outras cidades - desejavam passar o fim de semana junto às suas famílias, porém houve atraso no pagamento do salário.

Todavia, esse é apenas um dos graves problemas que vieram à tona. Eles ficaram das 9 horas da manhã de quinta-feira (6) até a madrugada do dia seguinte esperando o pagamento em frente à empresa, e nada de resposta. Indignados, jogaram botas, calças, capacetes e luvas na calçada e atearam fogo. Também quebraram objetos do escritório da terceirizada.

Durante o período em que realizaram o protesto, os funcionários fizeram várias denúncias. Além do atraso do salário, disseram que o pagamento de horas extras é liquidado apenas pela metade, que o alojamento está em más condições e que não conseguem se desligar do trabalho por dificuldades impostas pela Acoa.

Os trabalhadores, que estão diariamente no canteiro de obras da Suzano, disseram ainda que, sem dinheiro, ficam endividados e dependentes da empresa - 90% dos trabalhadores são de cidades distantes - e reafirmaram que a empresa impõe obstáculos para dispensá-los. Segundo os trabalhadores, ainda não foi aberta uma conta bancária para que eles recebam o pagamento. “Tem gente que está com quatro meses e eles nunca abriram conta. Paga aqui mesmo na mão de cada funcionário, colocando em risco a vida gente”, disse um armador.

Um operário que veio do Pará trabalhar na prestadora de serviços da Suzano relatou que o alojamento não oferece condições adequadas. “O nosso alojamento está em péssimas condições. Não tem nem água para a gente banhar direito”. Ele denunciou ainda que a empresa não forneceu refeições no dia do protesto. “Não mandaram café da manhã para nós no alojamento. Viemos para cá sem tomar café da manhã, não veio almoço, não veio jantar. Disseram que iam nos pagar nove horas (da manhã) e até agora nem pagamento e nem comida”. Os trabalhadores foram vencidos pelo cansaço e voltaram para o alojamento já na madrugada da sexta-feira.

Uma das hipóteses levantadas por uma funcionária para o atraso do pagamento seria o desvio de dinheiro para campanha eleitoral. “A esposa do proprietário está se candidatando a vereadora e ele está embolsando o dinheiro e investindo na candidatura dela em Porto Franco”, denunciou a trabalhadora.



 
Aproximadamente 200 funcionários participaram da manifestação, segundo eles, “por enquanto pacífica”. O grupo garante que, caso a situação não seja resolvida, irão procurar o Ministério do Trabalho.

Nenhum representante da Acoa foi encontrado para falar sobre o assunto. O local onde funcionava o escritório foi desocupado ainda na sexta-feira e o ponto está para aluguel. A assessoria de imprensa da Suzano informou que a empresa está verificando o caso e, logo após análise da situação.

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