Escritora Gisela Campos
Pelo que parece, provou-se que as mulheres preferem, sim, os mais ricos. E os homens, por sua vez, preferem, sim, as mais jovens e mais atraentes. E mais: sabem por que nós, mulheres, vivemos nessa luta desesperada contra a balança, tentando diminuir nossas barriguinhas? Porque uma barriga grande “imita, inconscientemente, uma gravidez”. E, no nosso inconsciente pré-histórico, sabemos que, quando um homem nos vê com a barriga grande, acha que já estamos grávidas! E o que é pior: de outro! E, neste exato momento, perde o interesse por nós.
Chocante? Li tudo isso há pouco tempo em uma pesquisa, publicada no início dos anos 90, por um professor da Universidade do Texas, David Buss. A pesquisa defende por A + B que as mulheres realmente preferem os homens que possuem dinheiro, poder e status. Aliás, não só as mulheres: as fêmeas de modo geral! Na categoria “fêmeas” não estão incluídas apenas fêmeas de mamíferos, mas também insetos e passarinhos!
Tem uma passarinha que, por exemplo, escolhe o seu parceiro a partir da qualidade da casa construída por ele. Antes de decidir se quer namorar o passarinho, a passarinha faz tipo uma “vistoria” na casa que o macho construiu. Se a casa não lhe parecer “firme”, ela simplesmente dá as costas e vai embora. E cada vez que uma fêmea recusa a casa construída, o passarinho simplesmente DESTROI a casa e constroi outra nova, na esperança de, esta nova, mais sólida, ser aprovada por uma fêmea. Com quem ele poderá reproduzir.
Confesso que meus olhos contemporâneos destes tempos líquidos ficaram chocados. Pelo que li no livro, (intitulado “The Evolution of Desire: Strategies of Human Mating”), se eu tivesse vivido na Pré-História, teria morrido à míngua, com minhas crias abandonadas aos predadores por falta de um homem que me protegesse. A teoria do autor baseia-se no fato de termos vivido muito mais tempo na Pré-História do que na chamada “civilização”. Segundo Buss, nosso imaginário hoje ainda está regido pelas duras regras da época das cavernas. E é este imaginário que nos guia na hora de decidirmos com quem queremos namorar.
De acordo com ele, é o nosso inconsciente pré-histórico que faz com que um homem bem-sucedido saiba (inconscientemente) que tem poder de escolher uma mulher mais jovem (e, consequentemente, mais fértil). Este homem bem-sucedido sabe (segundo o livro), seu valor de mercado. E também a mulher jovem e atraente sabe (inconscientemente) seu poder de barganha. Por isso, na hora de escolher um parceiro, seleciona o mais rico, ou melhor, aquele com maior capacidade provedora da comunidade onde está inserida.
O livro explica que as mulheres tendem a buscar, nos homens, características que aumentem o seu sucesso reprodutivo. Que características são essas? Segundo Buss, nós, mulheres, procuramos um homem que esteja apto a investir recursos em nós e nos nossos filhos, que esteja apto a nos proteger fisicamente, que aparente ser um bom pai, dentre outras características. Buss é categórico: as mulheres que, na pré-história, erraram nas suas decisões, escolhendo um homem doente ou frágil, acabaram por morrer abandonadas aos predadores.
Mas e os homens? O que querem? Segundo o livro, os homens querem o mesmo que nós. Ou seja, querem aumentar o seu sucesso reprodutivo. E, quanto mais jovem a mulher, mais altas as chances de fertilidade, certo? Por isso, os homens procurariam as mais jovens… O livro ainda explica que, nos dias de hoje, mulheres bem-sucedidas (como Madonna ou Demi Moore, por exemplo), dão-se ao luxo de escolherem homens mais jovens. Mas que, com o tempo, essas relações esgotam-se porque, ambas as partes, cansam-se de um modelo que contraria o nosso “inconsciente” pré-histórico.
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