Estatal brasileira vai incorporar refinaria que teria como sócia a PDVSA . Sociedade havia sido prometida por Lula em 2006, mas nunca se concretizou; objetivo agora é reduzir custos
Cansada de esperar o investimento da PDVSA (Petroleos de Venezuela S.A.), que iria concretizar uma sociedade prometida pelo então presidente Lula ao presidente Hugo Chávez, em 2006, a Petrobras decidiu incorporar a refinaria Abreu e Lima (PE). O objetivo é evitar despesas como ter que manter diretorias, conselhos de administração e fiscal próprios, obrigação de publicar balanços, contabilidade separada, entre outros custos.
O representante dos empregados no conselho de administração da Petrobras, José Maria Rangel, disse que a sociedade com a PDVSA não foi concluída porque a Venezuela sempre quis pagar em petróleo, e a Petrobras nunca aceitou.
No início do acordo, a proposta era que a Petrobras tivesse 40% de um campo na Venezuela, e a PDVSA, o mesmo percentual na refinaria Abreu e Lima, também conhecida como refinaria do Nordeste. As obras começaram em 2007 e deveriam ser concluídas em 2011. Nesse meio tempo, a Petrobras descobriu o pré-sal e desistiu de explorar petróleo na Venezuela.
Além do atraso de três anos para entrar em operação (o novo prazo é novembro de 2014), o preço da refinaria pulou dos US$ 2,3 bilhões iniciais para US$ 20,1 bilhões. A Petrobras pegou um empréstimo de R$ 10 bilhões com o BNDES, dos quais 40% teriam que ter garantias da PDVSA, o que nunca ocorreu. A Petrobras não comenta a desistência da Venezuela.
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