O Banco Mundial soltou um relatório exenso sobre como pode ficar o mundo caso as temperaturas aumentem 4 graus Celsius. É um cenário cada vez mais concreto, na medida em que as emissões dos países continuam crescendo e os esforços para qualquer controle são insuficientes. Segundo o relatório, esse aumento de 4 graus é o futuro da Terra no fim do século mesmo que os países cumpram o que prometeram unilateralmente nas conferências internacionais. Se as metas prometidas não forem atingidas (e essa é a trajetória atual), os 4 graus adicionais podem chegar por volta de 2060. O relatório foi lançado nos preparativos para mais uma reunião de negociação da convenção internacional do clima, a COP, que acontece em Doha de 26 de novembro a 7 de dezembro.
Até então, a maior parte dos estudos científicos tenta descrever os impactos no mundo caso as temperaturas médias da Terra aumentem 2 graus. É o que os cientistas consideram o limite do administrável, já com alguns prejuízos mas sem grandes retrocessos no desenvolvimento dos países. Esse novo estudo do Banco Mundial é um dos primeiros grandes esforços para traçar um cenário mais dramático, a partir de um aumento de 4 graus.
O estudo do Banco Mundial lista eventos já observados agora em função das mudanças climáticas. E oferece previsões de futuros impactos. A seguir, um resumo dos principais dados do estudo:
Nível do mar – O relatório afirma que o mar subiu mais rápido nas últimas duas décadas do que nas anteriores, em parte por causa do derretimento da Groenlândia e de grandes geleiras da Antártica. Na trajetória atual das emissões globais, um aumento de 4 graus de temperatura causaria uma elevação em média de 0,5 a 1 metro no nível dos mares até 2100. Depois disso, a temperatura continuaria a subir por causa do efeito acumulado dos gases na atmosfera, chegando em algum momento a 6 graus e uma elevação dos mares de vários metros. A elevação do mar pode ser de 15% a 20% maior nos trópicos.
Acidificação dos oceanos – Parte do gás carbônico que lançamos na atmosfera vem sendo absorvida pelo mar. Isso até agora retardou o maior impacto das emissões no clima. Mas o carbono adicional está mudando a acidez dos oceanos. Segundo o estudo, quando a temperatura média da Terra acumular uma elevação de 1,4 grau Celsius por volta de 2030, os recifes de coral vão parar de crescer por causa da acidez da água. Com 2,4 graus, vários deles começa a se dissolver. O desaparecimento dos corais é dramático para a pesca e para a proteção da costa contra furacões e ressacas.
Ondas de calor – Um mundo 4 graus mais quente terá mais ondas de calor. Elas não se distribuirão por igual no mundo. Regiões mais atingidas incluem o Mediterrâneo, o norte da África, o Oriente Médio e os Estados Unidos continental. Esses lugares podem ter um aumento de até 6 graus nas médias de verão. Entre 2080 e 2100, os julhos mais quentes no Mediterrâneo terão uma média de 35 graus, cerca de 9 graus mais quente do que os recordes atuais.
Agricultura – As áreas afetadas recorrentemente pela seca aumentarão dos atuais 15,4% da área plantada no mundo para cerca de 44% em 2100. As regiões mais atingidas serão o sul da África, os Estados Unidos, o sul da Europa e o sudeste asiático. Na África, 35% da área plantada ficará inviável para a agricultura caso a temperatura aumente 5 graus.
Rios – O fluxo de grandes rios como o Amazonas, Mississipi e Danúbio pode reduzir de 20% a 40%, gerando problemas de abastecimento, transportes e irrigação. Por outro lado, pode crescer em até 20% em outros como o Nilo e o Ganges, causando inundações.
Parte do aquecimento já é inevitável por causa dos gases que estão na atmosfera agora. Segundo os estudos, a concentração atual de gases do efeito estufa é a maior pelo menos dos últimos 15 milhões de anos.
Uma das dificuldades para evitar esse cenário com piores impactos, num mundo 4 graus mais quente, é segurar os combustíveis fósseis nas reservas das principais empresas de energia do mundo. Se essas reservas forem extraídas e queimadas, a temperatura da Terra vai passar facilmente o limite de aumento de 2 graus, considerado mais seguro pelos cientistas.
Até então, a maior parte dos estudos científicos tenta descrever os impactos no mundo caso as temperaturas médias da Terra aumentem 2 graus. É o que os cientistas consideram o limite do administrável, já com alguns prejuízos mas sem grandes retrocessos no desenvolvimento dos países. Esse novo estudo do Banco Mundial é um dos primeiros grandes esforços para traçar um cenário mais dramático, a partir de um aumento de 4 graus.
O estudo do Banco Mundial lista eventos já observados agora em função das mudanças climáticas. E oferece previsões de futuros impactos. A seguir, um resumo dos principais dados do estudo:
Nível do mar – O relatório afirma que o mar subiu mais rápido nas últimas duas décadas do que nas anteriores, em parte por causa do derretimento da Groenlândia e de grandes geleiras da Antártica. Na trajetória atual das emissões globais, um aumento de 4 graus de temperatura causaria uma elevação em média de 0,5 a 1 metro no nível dos mares até 2100. Depois disso, a temperatura continuaria a subir por causa do efeito acumulado dos gases na atmosfera, chegando em algum momento a 6 graus e uma elevação dos mares de vários metros. A elevação do mar pode ser de 15% a 20% maior nos trópicos.
Acidificação dos oceanos – Parte do gás carbônico que lançamos na atmosfera vem sendo absorvida pelo mar. Isso até agora retardou o maior impacto das emissões no clima. Mas o carbono adicional está mudando a acidez dos oceanos. Segundo o estudo, quando a temperatura média da Terra acumular uma elevação de 1,4 grau Celsius por volta de 2030, os recifes de coral vão parar de crescer por causa da acidez da água. Com 2,4 graus, vários deles começa a se dissolver. O desaparecimento dos corais é dramático para a pesca e para a proteção da costa contra furacões e ressacas.
Ondas de calor – Um mundo 4 graus mais quente terá mais ondas de calor. Elas não se distribuirão por igual no mundo. Regiões mais atingidas incluem o Mediterrâneo, o norte da África, o Oriente Médio e os Estados Unidos continental. Esses lugares podem ter um aumento de até 6 graus nas médias de verão. Entre 2080 e 2100, os julhos mais quentes no Mediterrâneo terão uma média de 35 graus, cerca de 9 graus mais quente do que os recordes atuais.
Agricultura – As áreas afetadas recorrentemente pela seca aumentarão dos atuais 15,4% da área plantada no mundo para cerca de 44% em 2100. As regiões mais atingidas serão o sul da África, os Estados Unidos, o sul da Europa e o sudeste asiático. Na África, 35% da área plantada ficará inviável para a agricultura caso a temperatura aumente 5 graus.
Rios – O fluxo de grandes rios como o Amazonas, Mississipi e Danúbio pode reduzir de 20% a 40%, gerando problemas de abastecimento, transportes e irrigação. Por outro lado, pode crescer em até 20% em outros como o Nilo e o Ganges, causando inundações.
Parte do aquecimento já é inevitável por causa dos gases que estão na atmosfera agora. Segundo os estudos, a concentração atual de gases do efeito estufa é a maior pelo menos dos últimos 15 milhões de anos.
Uma das dificuldades para evitar esse cenário com piores impactos, num mundo 4 graus mais quente, é segurar os combustíveis fósseis nas reservas das principais empresas de energia do mundo. Se essas reservas forem extraídas e queimadas, a temperatura da Terra vai passar facilmente o limite de aumento de 2 graus, considerado mais seguro pelos cientistas.
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