Atualizada: Saulo Maclean
Dez pessoas foram presas na quinta-feira (24), no município de Rosário, sob suspeita de planejarem a morte de policiais militares da região. Todas seriam traficantes de drogas, que estariam descontentes com as ações policiais na região, contra o comércio livre de entorpecentes. A megaoperação realizada em Rosário foi batizada de "Gato Maracajá II" e contou com a participação 40 policiais, entre civis e militares, coordenada pelo Departamento de Combate a Narcóticos (Denarc) de São Luís.
"Nosso objetivo foi cumprir sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela juíza da Comarca, Rosângela Prazeres Macieira, e acabou proporcionando à Polícia Civil realizar flagrantes de venda e distribuição de entorpecentes na cidade", explicou o titular do Denarc, delegado Cláudio Mendes. Durante as diligências, os investigadores e os militares apreenderam pedras de crack, R$ 1.000,00, e duas armas de fogo (uma escopeta calibre 12 e revólver calibre 32, municiados). Foram presos seis homens e quatro mulheres. Apenas um casal foi autuado em flagrante por tráfico.
Hildovan Carvalho Rabelo, conhecido como Dalvan, de 24 anos, foi preso em casa, na Travessa da Conceição, com duas pedras de crack e R$ 1.000,00. Joicelia Oliveira Araújo, a Joice, de 35 anos, foi encontrada com uma escopeta e um revólver municiado. O casal, bem como os outros conduzidos, foi apresentado na delegacia regional, de onde saiu a denúncia de um suposto consórcio de traficantes interessados em matar policiais militares, lotados na região. A investigação corre em sigilo. Os flagrantes também foram acompanhados pela delegada Vanda Moura Leite, que compõe a equipe do Denarc.
Plano de morte - Entre as supostas vítimas dos traficantes investigados, a polícia judiciária já teria identificado um major da PM. "Recebemos informações de que o bando estaria traçando um plano de morte para alguns oficiais da PM de Rosário, inclusive um major, por conta do seu intenso trabalho no combate ao tráfico de drogas naquele município", acrescentou o delegado Cláudio Mendes.
Essa já é a segunda vez que a cidade de Rosário é alvo de operação policial, já que a região se tornou uma das principais rotas de traficantes que cruzam o estado. A primeira operação se deu em no início de 2012, quando o departamento especializado da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) prendeu 15 pessoas.
As investigações sobre o plano de morte dos policiais militares são acompanhadas pelo superintendente de Polícia Civil do Interior (SPCI), delegado Jair Lima de Paiva, que conta com apoio de policiais da 7ª Companhia Independente da PM de Rosário. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Franklin Pacheco, determinou apoio às investigações, que terá a participação de policiais do Serviço de Inteligência da PM.
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A operação "Gato Maracajá II" foi denominada assim em alusão a um traficante da região, preso na ação policial de 1012, identificado apenas como Edilson, que, segundo os investigadores, tinha mechas do cabelo pintado na cor amarelo-escuro, semelhante aos pelos do felino nativo da América Central e da América do Sul, também encontrado com frequência na Floresta Amazônica. Segundo informou a polícia, o criminoso já morreu, vítima da guerra do tráfico de drogas, na região.