Em mais um embate com o vice-presidente da República Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou em votação um requerimento que pede ao TCU (Tribunal de Contas da União) a investigação de Temer em relação às assinaturas dele em, ao menos, sete decretos não numerados que autorizaram a abertura de crédito orçamentário sem o aval do Congresso em 2015. De autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o pedido de investigação foi aprovado por voto simbólico. Apesar de ser comum que os senadores aprovem este tipo de requerimento, Renan poderia não ter colocado o texto em votação.
Os decretos questionados somaram R$ 10,8 bilhões. Eles são semelhantes aos assinados pela presidente Dilma Rousseff e embasam o pedido de impeachment contra ela.
Renan colocou o pedido em votação sem mencionar o seu conteúdo e sobre quem se tratava. Esta foi a última votação do ano realizada no Senado. Após o resultado, o presidente do Senado encerrou os trabalhos legislativos e fez um longo balanço sobre os trabalhos da Casa.
Questionado sobre o motivo de não ter explicado o teor do documento, o peemedebista afirmou que não queria "personalizar" a votação. "Há uma prática de que todos são aprovados. [Não mencionei] porque, aí, as pessoas pensariam que estava personalizando o problema e minha característica é exatamente contrária", disse.
Este é mais um capítulo na briga entre Temer e Renan, que começou quando o presidente do Senado acusou o vice de atuar para barrar filiações temporárias com o objetivo de frear a articulação alimentada pelo Planalto para favorecer o retorno de Picciani à liderança da legenda.
Da Folha de S.Paulo - Mariana Haubert
Nenhum comentário:
Postar um comentário