Auxiliares da presidente Dilma Rousseff avaliam que a nova fase da operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira (27), tem o objetivo de "desgastar" a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no momento em que o governo está "fragilizado" e "tenta encontrar saídas" para a crise política e econômica do país.
Segundo a reportagem apurou, auxiliares de Dilma acreditam que "o cerco a Lula se fechou ainda mais" e isso é "preocupante" visto que o ex-presidente ainda é tido como o principal fiador do governo.
Apesar disso, a avaliação de ministros do núcleo mais próximo à presidente é que uma eventual prisão de Lula "não deve acontecer".
Segundo eles, o ex-presidente ainda tem respaldo da militância do PT e de diversos movimentos sociais, que iriam às ruas para defendê-lo caso isso acontecesse. Alguns, porém, não descartam que, caso o ex-presidente fique "totalmente desmoralizado", o cenário fique mais fácil para que ele seja preso.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o ex-presidente Lula reforçou no início do ano sua equipe de defesa com a contratação do criminalista Nilo Batista. Nas palavras de aliados, a contratação do advogado se deu porque Lula "tomou consciência de que algo mais grave poderia acontecer".
Nesta quarta, foi deflagrada a 22ª fase da Lava Jato, operação que apura o esquema de corrupção na Petrobras, para investigar se a empreiteira OAS lavou dinheiro por meio de negócios imobiliários para favorecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015. Entre os imóveis investigados, está um triplex no Guarujá que foi reservado a Lula.
Aliados do ex-presidente fazem coro ao discurso de que a operação é "uma tentativa politizada" de "desgastar" e "desmerecer" a imagem de Lula. Segundo eles, o petista tinha uma cota da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), pensou em comprar o apartamento -a mulher de Lula, Marisa Leticia, chegou a reformar e decorar o imóvel-, mas o ex-presidente desistiu do negócio.
O condomínio Solaris, onde fica o triplex, teve a construção iniciada pela Bancoop, que foi presidida por Vaccari, mas, em crise financeira, a cooperativa transferiu o empreendimento para a OAS, em 2009.
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