Convocada para esta quarta-feira (21), a paralisação nacional de policiais já conta com adesão de metade dos estados brasileiros. Agentes de treze unidades da federação aceitaram a convocação da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), no início da tarde desta segunda-feira (19).
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Alagoas, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia e Bahia já aderiram. Em entrevista ao site da Veja, o presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra, se mostrou confiante na adesão: “Distrito Federal e os demais Estados devem responder até terça-feira se vão também cruzar os braços. Não recebemos nenhuma resposta negativa ainda”.
Ao todo, o movimento envolve policiais civis, federais e rodoviários – militares são proibidos de participar de greves por código, apesar de haver excessões. O presidente ainda afirmou que alguns estados devem manter um efetivo de 30% a 70% trabalhando. “Vai depender do nível de violência de cada lugar”, disse. Segundo ele, a medida é para evitar que o caos da semana passada no Recife se repita a nível nacional. “Já fizemos um pedido especial para que os movimentos pernambucano e baiano não envolvam a PM. Não podemos causar o resultado inverso, queremos que realmente melhore a segurança pública no país”, reforçou Gandra.
O principal mote da paralisação é pressionar o governo federal a criar um política de segurança pública que trate também da melhora das condições de trabalho da polícia.”Não existe uma gestão nacional nem investimento adequado. Nesse jogo de empurra, a população fica com a sensação de impunidade. Em alguns Estados, o índice de crimes solucionados não passa de 8%, é baixíssimo”, diz Gandra, ressaltando que não houve treinamento adequado para a Copa do Mundo. “Esperamos que o governo reagisse, mas ele decidiu treinar só 300 agentes da Força Nacional. Esse número é insuficiente para dar conta de todas as sedes. A gente teme por isso. Pode ser um fiasco”
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