Em Presidente Juscelino, o 28º pior IDH do Brasil, emprego só na prefeitura. Sem isso, os juscelinenses penam em bairros paupérrimos, onde a rede de água só cobre 41% dos domicílios. Ainda assim, os candidatos à prefeitura estimaram despesas de até R$ 368,64 por eleitor. Por lá, são 8,8 mil os cadastrados para votar, e as estimativas de arrecadação dos aspirantes ao Executivo local somam R$ 3,25 milhões. Valor considerável numa cidade em que o PIB de 2009 – a última medição oficial – foi de R$ 38,4 milhões.
Presidente Juscelino, na região do Munim, é um dos municípios em que a população tem menor renda do país, algo em torno de R$ 182 (cento e oitenta e dois reais), segundo dados do IBGE do ano passado. Pois bem, na campanha para prefeito deste ano os seis candidatos decidiram gastar R$ 3.050 milhões, segundo dados fornecidos por eles à Justiça Eleitoral.
Dividido pela população do município (são cerca de 10 mil habitantes) daria, para cada um, mais do que a média encontrada pelo IBGE, pois seriam R$ 305 (trezentos e cinco reais).
Nas informações prestadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma das candidatas de Presidente Juscelino, Nelma de Pinha (PT), estima em R$ 1 milhão seus gastos de campanha. Para que se tenha ideia deste valor, é duas vezes mais o que projetam, em São Luís, os candidatos do PPS, Eliziane Game, e do PSol, Haroldo Sabóia, já que cada um pretende gastar R$ 500 mil.
Os cinco outros candidatos de Presidente Juscelino também não fazem economia: Afonso Celso (PMN) – R$ 200 mil; Arthur Carvalho (PV) – R$ 950 mil; Cláudio Oliveira (PPS) – R$ 500 mil; Dácio Pereira (PSL) – R$ 400 mil; José Magno Teixeira (PSDB) – R$ 200 mil.
Presidente Juscelino terá campanha de R$ 3 milhões
Em Belágua, onde a população tem a menor renda mensal do País – cerca de R$ 146 (cento e quarenta e seis reais) – os três candidatos a prefeito declaram um gasto de R$ 800 mil. Dividido entre seus 5.953 moradores chega-se a um valor percapita quase ao mesmo valor divulgado pelo IBGE, R$ 134,36. O candidato que projeta maior gasto, em Belágua, é Norton de Sousa (PMDB), o Dr. Norton – R$ 500 mil, enquanto os demais, Adalberto Rodrigues (PT) e Adriano de Souza (PSL), estimam R$ 250 mil e R$ 50 mil, respectivamente.
Capital da Miséria – Recentemente apontada, em reportagem da Rede Globo, como a capital da extrema pobreza, Marajá do Sena tem três candidatos a prefeitos, que juntos vão gastar R$ 950 mil. O município, o segundo o IBGE, tem uma população que sobrevive com uma renda mensal média de R$ 153,57. Edivam Costa (PMN) e Terezinha Cordeiro (PRP) estimam que vão gastar, cada um, R$ 400 mil, enquanto Lourisvaldo Dias (PT), R$ 150 mil.
A cidade de Belágua, uma das mais pobres do Brasil
Veja outros exemplos de gastos nos dez municípios mais pobres do Maranhão (e do Brasil):
Fernando Falcão - R$ 1 milhão, com Adalto Cavalcanti (PMDB) e Raimundos Edes (PHS) vão gastar, cada um, R$ 500 mil. Renda média da população: 166,65
Matões do Norte – R$ 1,3 milhão ( Solimar Oliveira (DEM) – R$ 700 mil e Vilam Sampaio (PTB) – R$ 600 mil. Renda média da população: 170,76.
Milagres do Maranhão – R$ 850 mil (Antônio Araújo – R$ 500 mil, Claudete Carvalho (PT) – R$ 250 mil e José Augusto Caldas, o Gugu – R$ 100 mil. Renda média da população: R$ 175,99.
Satubinha – R$ 900 mil (Dulce Cunha (PV), a Dulcinha – R$ 500 mil e Francisco Flávio de Castro – R$ 400 mil. Renda média da população: R$ 177,11.
Cachoeira Grande – R$ 1,650 milhão (Antônio de Pinho (PMDB) – R$ 400 mil, Celso Pinho (PSDB) – R$ 500 mil, Francivaldo Souza (PSD) – R$ 650 mil e Maria do Socorro Pontes (PMN) – R$ 200 mil. Renda média da população: R$ 180,02.
Santo Amaro – R$ 750 mil (José Hernani Castro (PMDB) – R$ 600 mil e Luziene Lisboa (PP) – R$ 150 mil. Renda média da população: R$ 181,08.
São Roberto – R$ 900 mil (Jerry Adriani Nascimento (PTB) – R$ 500 mil e Raimundo Oliveira – R$ 400 mil). Renda média da população: R$ 181,77.