O Rio de Janeiro amanheceu neste domingo com um verdadeiro aparato de guerra nas ruas, com mais de 25 mil agentes de segurança, incluindo homens do Exército, da Força Nacional e das Polícias Federal, Militar e Civil, devido à final da Copa do Mundo.
O duelo entre as seleções de Alemanha e Argentina, que acontece às 16h (horário de Brasília), por si só já receberia atenção especial das autoridades. A decisão, contudo, terá espectadores como os presidentes Dilma Rousseff, do Brasil, Angela Merkel, da Alemanha, e Vladimir Putin, da Rússia, entre outras personalidades.
Astros da música também irão se apresentar antes do jogo e ganham atenção especial, assim como celebridades do mundo dos esportes. Segundo anúncio feito na sexta-feira por órgãos públicos, são 25.787 agentes de segurança trabalhando em função da final. Destes, 9,3 mil são militares, e 10 mil PMs. Além disso, 1,5 mil seguranças privados trabalharão no jogo.
Desde as primeiras horas da manhã, em boa parte da capital fluminense era visível o início da operação da final. Helicópteros sobrevoam os céus da cidade e, em terra, diversos comboios do Exército atravessavam as ruas. Em entrevista coletiva concedida na sexta-feira, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, garantiu que se trata do plano original estabelecido para o jogo final.
'Está rigorosamente dentro do planejamento original. Não vou falar em reforço porque teríamos que falar em reforço se precisássemos alterar o plano', afirmou o representante do governo federal, segundo a 'Agência Brasil'.
O entorno do estádio teve trânsito fechado ontem às 23h (horário de Brasília). Nas primeiras horas da manhã de hoje houve ampliação do cerco, e às 10h, as vias que cercam a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, e a Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na zona sul da cidade, onde está localizada a sede do governo estadual, também foram interditadas.
No Palácio Guanabara, a presidente Dilma Rousseff almoçará com o governador Luiz Fernando Pezão.
Como o esquema foi diferente do montado em outros dias de jogos no Maracanã, quando as intedições começavam quatro horas antes do apito inicial, jornalistas do mundo inteiro tiveram que chegar ao estádio como qualquer outro espectador ou utilizando serviço de transporte da Fifa. Pela manhã, equipes inteiras de reportagem foram flagradas utilizando o metrô para chegar ao estádio.
O clima entre moradores, no entanto, não era de insatisfação por causa do acirramento das medidas de segurança. Nas vias que cercam o estádio, como a rua Eurico Rabelo e a avenida Maracanã, as pessoas que não tinham ingressos e credenciais só circulavam com comprovante de residência em mãos.
'Hoje está muito mais ostensivo, pelo que vejo o número de soldados aumentou muito, mas estou tranquilo. O problema não é aqui em dia de jogos. O pessoal briga lá fora', disse a professora aposentada Maria Luísa de Castilho à Agência Efe.
Moradora do bairro do Maracanã desde 1957, ela garantiu se disse 'fora do normal', ao confessar não ver problema algum na movimentação antes, durante e depois dos jogos. Para Maria Luísa, é preciso uma convivência consciente com o estádio.
'Isso aqui é a nossa alma. A gente fica feliz com todas as torcidas que vencem aqui. Eu tenho verdadeira paixão pelo estádio, isso é minha vida. Para você ter ideia, quando venho do centro pela Praça da Bandeira e vejo o Maracanã, meus olhos se enchem de lágrimas', afirmou.
Apesar da ordem aos policiais militares de que ninguém poderia entrar nas vias que cercam o estádio sem ingresso ou credencial, medida que se estenderia a quem vive na região, a reportagem da Agência Efe flagrou vários moradores circulando tranquilamente.
Um deles, que pediu para não ter o nome divulgado, contou que saiu de casa pela manhã, foi ao supermercado e voltou sem nenhum problema, apenas mostrando a conta de luz que prova que ele é morador da região.
Para este domingo, um protesto está agendado com previsão de início às 13h (horário de Brasília). Desde ontem, as autoridades do Rio realiza operação para prender 'envolvidos em atos violentos durante manifestações', como divulgou a Polícia Civil. Ao todo, foram 17 prisões e duas detenções de menores.
'Nas ações, que ocorreram no Rio, Búzios e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foram apreendidos máscaras, gasolina, arma de choque, um revólver, artefato explosivo, sinalizador, droga, computadores e aparelhos celulares', divulgou a corporação por meio de nota.
No ano passado, durante a final da Copa das Confederações, houve intenso confronto nos arredores do Maracanã. Efeitos do gás
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