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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Família é obrigada a sepultar jovem "na marra"


O cemitério público em Ananindeua, no Pará, foi local de um fato inusitado ocorrido na tarde do último domingo (20). Familiares e amigos de Cristiano da Silva Flausino, jovem de 19 anos, morto na madrugada do dia anterior, tiveram que sepultar o corpo do ente querido por conta própria.

De acordo com Kleberson Flausino, tio do falecido, o corpo do jovem foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) por volta das 23h30 do sábado (19). Às 7 horas, Kleberson se dirigiu ao Complexo Funerário de Ananindeua, próximo à sede da Prefeitura, para solicitar a autorização para o sepultamento do sobrinho. “Quando cheguei lá eles me disseram que não havia possibilidade do sepultamento de mais de três pessoas no domingo e que já haviam atingido esse número, e que só poderiam enterrar meu sobrinho na segunda-feira (21) a partir das 14 horas".

Kleberson também alega que enquanto estava no Complexo Funerário, conversou por telefone com uma mulher que teria se identificado como Silvia e que seria a coordenadora. “Ela me falou que nem se fosse o enterro da mãe dela poderia fazer alguma coisa”.

Insatisfeito com a situação Kleberson, por volta do meio-dia, foi até o Cemitério Público. Chegando lá ele viu que haviam cinco covas recém-fechadas e não três, como o haviam informado no Complexo Funerário.

Diante sa situação e do desespero a família decidiu enterrar o corpo de Cristiano da Silva por conta própria no cemitério, mesmo sem autorização da Prefeitura. Kleberson alega que a urgência do enterro tem uma justificativa. “O corpo do meu sobrinho já estava desde a noite de sábado em casa, ele estava todo inchado e exalando mal cheiro.

Além disso tudo, a Polícia teve que ser chamada ao velório porque, segundo a família, as pessoas que teriam assassinado a vítima estavam ameaçando invadir o local e retirar o corpo. 
A mãe de Cristiano, dona Clísia Flausino, lamentou: “tudo é uma enorme burocracia. Como eu vou deixar meu filho apodrecer dentro de casa?”.

Os familiares saíram com o corpo por volta das 15h30 em direção ao cemitério público de Ananindeua. O translado foi feito por uma funerária particular. A família solicitou que a Polícia Militar também estivesse presente durante o cortejo fúnebre.

Por volta das 18 horas, após a saída dos familiares e amigos de Cristiano, duas viaturas da Guarda Municipal de Ananindeua chegaram ao cemitério e, em seguida, foram até a Central de Flagrantes onde registraram Boletim de Ocorrência acusando os familiares da vítima de invasão de patrimônio público.

Envie informações à Redação do Diário de Rosário por WhatsApp pelo telefone (98) 9137-8382.

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