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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Deputado insulta indígenas: “consegue ser boiola e não consegue trabalhar?”

fernando_furtado
O deputado estadual Fernando Furtado (PCdoB) corre o risco de ser expulso do partido depois de vazarem áudios de um discurso seu durante audiência pública com organizada pela Associação dos Produtores de São João do Carú (Aprocaru).

A uma plateia lotada de trabalhadores rurais que volta e meia se estranham com o povo Awá-Guajá, o comunista proferiu palavras de ódio contra os indígenas.

- “Eu vou dizer abertamente, índio nunca me fez nada, não tenho descendência indígena, não tenho parente índio e acho que a política indigenista, no Brasil, ela é equivocada. Uma política que garante aos índios aquilo que eles não têm direito. Não tem direito porque índio não é melhor do que qualquer brasileiro desse pais. Índios têm regalia que os outros brasileiros que trabalham não têm”, disse, num trecho.

Em outro, questiona a sexualidade dos índios.

- “Lá em Brasília o Arnaldo viu, os índios tudo de camisetinha , tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de veadinho. Tinha uns três lá que eram veado que eu tenho certeza, veado. Eu não sabia que tinha índio veado, fui saber naquele dia em Brasília, tudo veado. Então é desse jeito que tá, índio já consegue ser veado, boiola, e não consegue trabalhar e produzir? negativo!”, completou.

Expulsão - Após a revelação do discurso de ódio de Furtado, o PCdoB ainda não decidiu qual será o destino do comunista.

O presidente estadual da legenda, Márcio Jerry, disse que já o ouviu por telefone e aguarda uma manifestação por escrito, antes de uma deliberação formal.

Nas redes sociais, no entanto, ele já deu a senha: “Discursos e práticas que atentem contra os direitos humanos nunca foram nem são tolerados pelo PCdoB”.

Direitos Humanos - Em artigo publicado em seu blog, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAb-MA, advogado Antonio Pedrosa, lamentou não ter sido esta a primeira vez que o PCdoB se envolveu em polêmica com indígenas.

“O problema é que o discurso anti-indígena não é uma novidade no PCdoB”, diz.

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