É pouco provável que a presidente Dilma Rousseff (PT) consiga reverter no Senado a derrota do impeachment que sofreu na Câmara. Sobretudo por que já demonstrou a incapacidade de governar sem base, já que não alcançou sequer 1/3 dos votos dos deputados federais.
E o futuro governo Michel Temer (PMDB) influenciará diretamente a política no Maranhão nos próximos anos. O governador Flávio Dino indispôs-se com o Judiciário, com a classe política mais poderosa de Brasília e com o próprio Temer, numa tentativa de salvar o moribundo governo Dilma.
E fracassou. Nos últimos dias antes da votação, até parecia que Dino iria conseguir levar votos a favor de Dilma, mas foi apenas impressão.
Tecnicamente, Dino só conseguiu 1 voto a favor de Dilma na bancada maranhense – o de Waldir Maranhão (PP) – e sabe-se lá a que preço.
Todos o demais votos a favor de Dilma foram dados por convicção própria dos deputados, independentemente da ação de Flávio Dino. Eles votariam assim estivesse Dino ou não no comando do estado.
E o governador ainda perdeu o voto daquele que é o principal símbolo de sua aliança, o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), seu principal fiador na política maranhense. Sem qualquer ação efetiva no Senado, Flávio Dino deixa a articulação do impeachment derrotado. E volta para o Maranhão desgastado popularmente e com um futuro sombrio nas relações com Brasília.
Para alguém que conseguiu reverter, para pior, todos os índices sociais e econômicos do estado, é um cenário de pouca perspectiva até 2018. (Marcco D'eça)
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