O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão informou ontem, por meio de nota oficial publicada em sua página na internet, que a Polícia Federal investigará a denúncia do deputado federal Hildo Rocha (PMDB) de que
membro da Corte usou emissário para cobrar propina do prefeito de Ribamar Fiquene, Edilomar Nery de Miranda (PCdoB).
O prefeito foi cassado no início do ano, após julgamento pelo TRE, mas conseguiu retornar ao cargo por força de decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo a denúncia do peemedebista, o comunista só perdeu o mandato no julgamento feito no Maranhão porque não aceitou fazer o pagamento proposto pelo emissário de um dos membros do tribunal.
Na tarde de ontem, o TRE e o Ministério Público Eleitoral (MPE) decidiram requisitar à Polícia Federal que instaure inquérito para apurar denúncia. Para os membros da Corte e o procurador regional eleitoral, Regis
Richael Primo da Silva, a denúncia merece "apuração rigorosa" por parte da PF. O caso, avaliaram, denigre a imagem da instituição.
Apesar disso, o presidente da Corte, desembargador Antônio Guerreiro Júnior, defendeu "cautela e racionalidade" no decorrer da apuração. "É nosso dever agir com cautela e racionalidade em casos como este para evitar embates desnecessários", observou.
Caixa preta - Após denunciar a existência de um esquema de corrupção na cúpula da Justiça Eleitoral do Maranhão, o deputado Hildo Rocha revelou, em entrevista a O Estado, que adite a possibilidade de pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar não apenas o caso maranhense, mas relatos de corrupção nos TREs de todo o país. Segundo o parlamentar, existe "uma caixa preta que precisa ser aberta".
"Eu estou pensando mesmo em pedir uma CPI para investigar a corrupção nos TREs, de todo o Brasil, não só do Maranhão, não. É uma caixa preta que precisa ser aberta", declarou.
No caso de Ediomar de Miranda, Hildo Rocha disse que se sentia culpado pela cassação do aliado, uma vez que ele havia pedido aconselhamento sobre como proceder diante do alegado pedido de propina e o parlamentar o
orientou a não pagar.
"O prefeito me procurou e pediu um aconselhamento. Eu disse que ele não pagasse nada. Tinha certeza de que ele não seria cassado porque estava com o direito. Mas eu estava errado", disse.
Segundo ele, a revelação foi um "desabafo" em virtude da situação em que o aliado político Ase encontrava. Ele disse que o TSE "repôs a Justiça".
"Eu fiz essa revelação como um desabafo, porque estava me sentindo culpado, já que o prefeito foi cassado e estava deprimido, mesmo depois de eu garantir que ele não seria cassado, porque acreditava que ele estava no direito dele. Mas, agora, o TSE repôs a Justiça", completou.
Mais - Na requisição à Polícia Federal, o presidente do TREMA, desembargador Antonio Guerreiro Júnior, encaminhou degravação de entrevista concedida pelo deputado Hildo Rocha a emissoras de rádio de São Luís e cópia de notícias publicadas em jornais impressos e blogs.
O ESTADO DO MARANHÃO
Gilberto Léda
Da editoria de Política
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