O Maranhão voltará a ser envergonhado em todo o país. Pouco antes de completar 30 dias em que exibiu em rede nacional o drama de famílias que pouco têm o que comer nos municípios de Centro do Guilherme, Belágua, Marajá do Sena e Fernando Falcão, a equipe do programa Repórter Record Investigação voltou ao Maranhão e deve exibir, na próxima segunda-feira (27), um dos piores exemplos da falta de escrúpulo e do descaso de prefeitos do interior do estado com a coisa pública: a morte de quase 200 bebês, em menos de um ano, na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias.
A "maternidade da morte" pertence a uma das oligarquias do município, a Coutinho, que comanda a prefeitura da cidade por meio do socialista Leonardo Barroso Coutinho, o Léo Coutinho (foto acima), sobrinho do chefe do clã, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho (PDT).
A reportagem exibirá depoimentos fortes, comoventes e inéditos, como o de Dayane, de 17 anos, que teve parte dos sonhos soterrada com a perda da filha, e até hoje não sabe porque sua bebê morreu; e o do casal José de Ribamar e Mayane, que também desconhecem as causas da morte do filho, que nem chegou a nascer.
O Repórter Record Investigação também vai mostrar drama de crianças que nasceram prematuras na Carmosina Coutinho e ficaram cegas.
Matadouro de recém-nascidos
A morte de recém-nascido na maternidade dos Coutinho já havia sido abordado pelo Quadro Proteste Já, no programa Custe o Que Custar (CQC), da Band, em novembro do ano passado.
Na época, quando o número de crianças mortas na maternidade da família já beirava a 150, Léo Coutinho tentou atribuir a reportagem feita pelo ex-CQC Oscar Filho à disputa de poder entre a sua família e outra oligarquia do município, a Marinho.
O prefeito de Caxias ainda chegou a processar Filho por mostrar o descaso em rede nacional, mas perdeu na Justiça, que ainda acionou devido à "diversas desconformidades que, de um modo ou de outro, estão elevando o índice de mortalidade fetal e neonatal" na maternidade de sua família, que se sustenta a base de dinheiro público.
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