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sábado, 16 de abril de 2016

"Parece a bolsa de valores", diz Lula sobre negociação por votos

Lula
Com o sobe e desce no placar do impeachment, que ora mostra votos suficientes na Câmara para afastar a presidente Dilma e ora não, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a barganha de votos com a Bolsa de Valores.

Em discurso no acampamento de movimentos de esquerda, Lula afirmou que está 24 horas empenhado a conseguir o número suficientes de deputados para barrar o processo.

"É uma guerra de sobe e desce. Parece a bolsa de valores. O cara está com a gente uma hora e em outra não está mais, e você precisa conversar 24 horas por dia para não deixá-los conquistar os 342 votos", diz Lula.


Mesmo com pouca voz, o presidente fez um discurso inflamado, com críticas aos movimentos de direita. "Eu queria dizer que o exemplo que vocês estão dando ao país precisa ser dignificado.

Porque é fácil vir fazer um protesto em Brasília e ficar em um hotel, mas é muito difícil ter que ficar 4 ou 5 dias acampado, cozinhando aqui, com condições nem sempre adequadas", afirma.

Desde domingo (10), membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) ocupam o estacionamento do ginásio Nilson Nelson, próximo ao estádio Mané Garrincha.

Porém, do outro lado do eixo monumento, manifestantes pró-impeachment também montaram seu acampamento. Cerca de 20 barracas ocupam um espaço do Parque da Cidade.

Lula também criticou o vice-presidente Michel Temer, sucessor de Dilma caso ela seja afastada pelo processo de impeachment.

"Eu perdi três eleições até chegar a presidência. Ouvia a Marisa [Letícia] dizer que eu não tinha que concorrer mais. Ouvia gente do PT dizer que tinha que trocar de candidato. Se o Temer quer ser candidato, não pode ser através de um golpe. Ele que espere chegar 2018. O PMDB é um partido grande e dará condições. Ele se candidata e vamos para as urnas debater", diz.

Por fim, pediu que os manifestantes mantenham a calma e façam um ato pacífico no domingo (17), dia da votação do processo na Câmara.

"Amanhã pode ter gente que queira nos provocar. Vamos dar o exemplo. A gente não pode aceitar provocação. Está cheio de [emissora de] televisão para dizer mais uma vez que os movimentos sociais, as centrais sindicais, os sem terra, são baderneiros. O que nós somos é trabalhadores. Baderneiros são os que querem derrubar a presidente Dilma." (FolhaPress)

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