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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Instrumento de vingança: Retaliação a Gurgel, Senado rejeita recondução de procurador

''Quem faz correto, os próprios tratam de mandar em frente''

O Senado volta a repetir o expediente permitido pelo voto secreto, ao rejeitar, nesta quarta-feira (7/8), a recondução do procurador da República Wellington Cabral Saraiva ao Conselho Nacional de Justiça.

Em votação secreta, Saraiva recebeu 38 votos favoráveis e 21 contrários, mas as regras da Casa exigem o mínimo de 41 votos, informa a repórter Gabriela Guerreiro, da Folha.

Trata-se de nova retaliação ao procurador-geral da República Roberto Gurgel. Em julho, os senadores também rejeitaram a indicação do procurador da República Vladimir Aras, escolhido por unanimidade pelos membros do MPF para representante do órgão no CNJ. Aras também só obteve 38 votos.

Segundo a reportagem, congressistas do PMDB, PT, PTB e o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) articularam a derrubada das indicações argumentando que Barros e Saraiva são ligados ao procurador-geral.

O ex-presidente da República tem Gurgel como seu desafeto público desde a CPI do Cachoeira, quando começou a criticar a atuação do procurador.

Parte dos petistas quer retaliar o procurador pelas acusações do mensalão contra membros da sigla, enquanto os peemedebistas criticam o fato de ele ter oferecido denúncia contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ao STF (Supremo Tribunal Federal) às vésperas da eleição que o escolheu como presidente do Senado.

No final de julho, Gurgel também denunciou o senador Gim Argello (PTB-DF) ao STF pela acusação de crimes contra a Lei de Licitações e peculato (usar cargo público para obter vantagem).

“É uma insensatez. Essas pessoas foram eleitas, escolhidas pelo conjunto do Ministério Público, não são indicações do procurador-geral”, diz o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Quando a mesma manobra foi adotada para barrar a indicação de Vladimir Aras, o juiz federal Sergio Moro considerou o fato “lamentável” e “mais um indicativo da degeneração de parcela da classe política no Brasil”.

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