Dez das vítimas ainda não foram identificadas. Número de mortes é igual ao registrado em rebelião de Pedrinhas (MA), em 2010
Chegou a 18 o número de mortes confirmadas na série de rebeliões em presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Dez vítimas ainda não foram identificadas. Elas precisaram ser submetidas a exame de DNA devido ao estado dos corpos. Segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), as mortes aconteceram entre sábado, 21, e domingo, 22. A quantidade de óbitos se iguala às registradas no motim mais violento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, em 2010, que ganhou repercussão internacional.
O plano do Governo do Estado para manter o funcionamento dos presídios durante a greve dos agentes prisionais, no último sábado, não funcionou. A intenção era que forças de segurança pública assumissem o controle das unidades enquanto houvesse paralisação. Contudo, os agentes permaneceram dentro dos presídios impedindo a entrada da Polícia.
Os grevistas se defendem e afirmam que foi irresponsabilidade do Governo garantir o “privilégio” das visitas para os detentos. O que acontece desde sábado no sistema penitenciário do Ceará é apontado como o resultado de anos de superlotação, insalubridade e falta de investimento na área.
Para Cláudio Justa, vice-presidente do Conselho Penitenciário do Ceará, a tragédia estava anunciada. “Os agentes (prisionais) sabiam da vulnerabilidade do sistema e aproveitaram para causar um estresse”, defende. Para ele, o sistema carcerário do Estado era um “barril de pólvora” e a greve foi o “estopim”. Justa avalia que o Estado subestimou a possibilidade de rebeliões em massa ao manter, de forma “imprudente”, as visitas das famílias para o fim de semana.
Ele também critica a postura dos agentes em impedir o acesso da Polícia. “Foi um ato deliberado. Os agentes são vítimas, as condições de trabalho não são ideais, mas não justifica gerar um problema
dessa magnitude”. (O Povo Online)
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