BANNER

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Ceará contabiliza 18 mortes durante rebeliões em presídios do Estado

Dez das vítimas ainda não foram identificadas. Número de mortes é igual ao registrado em rebelião de Pedrinhas (MA), em 2010

Chegou a 18 o número de mortes confirmadas na série de rebeliões em presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Dez vítimas ainda não foram identificadas. Elas precisaram ser submetidas a exame de DNA devido ao estado dos corpos. Segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), as mortes aconteceram entre sábado, 21, e domingo, 22. A quantidade de óbitos se iguala às registradas no motim mais violento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, em 2010, que ganhou repercussão internacional. 

O plano do Governo do Estado para manter o funcionamento dos presídios durante a greve dos agentes prisionais, no último sábado, não funcionou. A intenção era que forças de segurança pública assumissem o controle das unidades enquanto houvesse paralisação. Contudo, os agentes permaneceram dentro dos presídios impedindo a entrada da Polícia.

Os grevistas se defendem e afirmam que foi irresponsabilidade do Governo garantir o “privilégio” das visitas para os detentos. O que acontece desde sábado no sistema penitenciário do Ceará é apontado como o resultado de anos de superlotação, insalubridade e falta de investimento na área.

Para Cláudio Justa, vice-presidente do Conselho Penitenciário do Ceará, a tragédia estava anunciada. “Os agentes (prisionais) sabiam da vulnerabilidade do sistema e aproveitaram para causar um estresse”, defende. Para ele, o sistema carcerário do Estado era um “barril de pólvora” e a greve foi o “estopim”. Justa avalia que o Estado subestimou a possibilidade de rebeliões em massa ao manter, de forma “imprudente”, as visitas das famílias para o fim de semana.

Ele também critica a postura dos agentes em impedir o acesso da Polícia. “Foi um ato deliberado. Os agentes são vítimas, as condições de trabalho não são ideais, mas não justifica gerar um problema 
dessa magnitude”. (O Povo Online)

Nenhum comentário: