O pedido de afastamento de Romero Jucá do Ministério do Planejamento não foi a única perda sofrida nesta segunda-feira (23) pelo governo interino de Michel Temer. Em reunião, o comando nacional do PV decidiu pela postura de independência em relação à gestão peemedebista.
No encontro, foi defendido ainda o licenciamento do ministro Sarney Filho do partido caso ele decida seguir à frente do Ministério do Meio Ambiente. A cúpula nacional da legenda, contudo, concluiu que a nomeação do deputado federal foi uma escolha pessoal do presidente interino e, portanto, não cabia a deliberação.
O pedido de licença do ministro chegou a ser defendido na tribuna do Senado Federal por Álvaro Dias (PV-PR). Segundo ele, o PV não apoiou a chapa vencedora nas eleições presidenciais de 2014 e, portanto, deve seguir a fazer oposição a Michel Temer.
"Nesta circunstância, mais importante que ocupar um cargo no governo é exercer a fiscalização. O país necessita nesta hora de fiscais, porque a cultura política brasileira é a do adesismo fácil e é o que se verificou nos últimos dias com muitos correndo desesperadamente para a sombra do poder", criticou.
Em linha diferente, o líder do PV na Câmara dos Deputados, Evandro Gussi (SP), afirmou que o partido continuará apoiando o trabalho de Sarney Filho no governo federal. Ele ressaltou que não foi a legenda quem indicou o ministro e acrescentou que a sigla continuará votando a favor de temas de interesse do país.
O partido possui bancadas pequenas tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal: seis deputados federais e apenas um senador.
O Palácio do Planalto reconheceu que a decisão do PV é irreversível, mas atua para evitar a saída de Sarney Filho do Meio Ambiente e o afastamento do partido do governo federal, sobretudo diante da preocupação em aprovar no Congresso Nacional medidas econômicas.
Nesta segunda-feira (23), o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ligou para integrantes do partido para convidá-los para o anúncio nesta terça-feira (24) pelo presidente interino de medidas para reverter o rombo fiscal.
Em ligação a Álvaro Dias, o ministro ponderou que, mesmo diante da independência do partido, a presença da legenda é importante diante do atual cenário do país. (Folha Press)
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