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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Aliados propõem troca de cassação de Cunha por impeachment de Dilma

Eduardo CunhaAliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), procuraram integrantes dos partidos de oposição nesta segunda e terça-feira (24) propondo a deflagração do processo de impeachment contra Dilma Rousseff em troca da preservação do mandato do peemedebista.

A reportagem confirmou a informação com cinco integrantes da oposição, segundo quem a proposta saiu após uma reunião em São Paulo, na segunda, entre os deputados Paulo Pereira da Silva (SD-SP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), dois dos principais aliados de Cunha.

Segundo esses relatos, a oposição daria os votos suficientes para que o Conselho de Ética da Câmara arquive sumariamente o pedido de cassação de Cunha -decisão que será tomada na semana que vem. O presidente da Câmara, então, autorizaria a deflagração do processo de impeachment contra Dilma e, na sequência, renunciaria à presidência da Casa, preservando o mandato.

A reportagem apurou que os principais partidos de oposição avaliaram que a essa altura é praticamente impossível arquivar sumariamente o processo contra Cunha, mas que no caso da deflagração do impeachment poderia haver chances de o peemedebista se salvar na votação final de sua cassação, prevista para março ou abril de 2016.

Desde que vieram à tona as suspeitas de seu envolvimento no escândalo do petrolão, Cunha tem buscado governo e oposição na tentativa de um acordo para salvar seu mandato. Recentemente, inclinou-se para o lado governista, o que levou o PT a auxiliá-lo nas manobras de protelação de seu caso no Conselho de Ética. Em linha contrária, a oposição rompeu com ele.

Rodrigo Maia disse não ter conhecimento sobre a estratégia e negou que tenha tratado do assunto com Paulinho da Força. "Esse assunto não foi tratado comigo e não tratei disso com ele."

RENÚNCIA - Segundo oposicionistas e aliados do presidente da Câmara, embora a proposta tenha sido feita por dois deputados bastante próximos, Cunha ainda resistiria à ideia de abrir mão do cargo de presidente da Câmara.

A renúncia tem sido sugerida a ele por vários deputados. A expectativa é a de que, ao abrir o pedido de impeachment e deixar o comando da Casa Legislativa, o peemedebista sairia do centro dos holofotes, direcionaria as atenções para Dilma e reconquistaria o apoio dos partidos de oposição para evitar uma cassação.

Embora ainda resista, alguns de seus escudeiros afirmam que com o agravamento da crise tem diminuído sua resistência a uma possibilidade de renúncia.

Denunciado pela Procuradoria-Geral da República sob acusação de integrar o petrolão, Cunha é investigado ainda por ter omitido patrimônio milionário no exterior. Na semana passada, sua tropa de choque inviabilizou a sessão do Conselho de Ética que analisava o seu caso, manobra que engrossou o coro do "fora Cunha".

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