O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quinta-feira (26) que todos os sete pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) que ainda tramitam na Casa já estão com seus pareceres concluídos. Cunha disse que deverá se manifestar sobre os pedidos até a próxima segunda-feira (30).
Cunha disse que alguns pedidos já estão com seus pareceres prontos há alguns dias e que ele tinha a intenção de despachá-los nesta semana, mas não o fez para evitar que a decisão sobre um deles incidisse sobre os demais. "Eu ia até decidir e antecipar a decisão, mas a decisão de um praticamente antecipa o posicionamento de outros. Então decidi fazer em conjunto", afirmou.
Entre os pedidos de impeachment que ainda estão sob a análise de Cunha está o que foi feitos pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal que acusa a presidente Dilma de ter praticado as chamadas "pedaladas fiscais" em 2015.
O anúncio sobre o posicionamento de Cunha em relação aos pedidos de impeachment deverá acontecer pouco menos de uma semana depois de o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), ter sido preso por suspeitas de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato e planejar a fuga do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
Nas últimas semanas, opositores de Cunha afirmavam que o presidente da Câmara estava utilizando o poder de dar início aos processos de impeachment contra Dilma para se manter no poder da Casa, principalmente depois das revelações feitas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de que Cunha é dono de contas no exterior que seriam abastecidas por dinheiro de propina oriundo do esquema da Lava Jato.
Cunha responde a um processo de quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara.
Sobre a prisão de Delcídio, Cunha disse preferir adotar uma postura cautelosa. "Eu não posso comentar a decisão do Senado. O Senado é uma casa soberana. Eles tiveram acesso a tudo e eu só tive acesso àquilo que saiu pelos jornais. A própria decisão do Senado é uma resposta a qualquer coisa", afirmou Cunha se referindo à votação que referendou a prisão de Delcídio que havia sido decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Leandro Prazeres
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