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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Policial do Maranhão é preso por tiros em Brasília

Policial civil Marcelo Penha é detido por atirar durante manifestação em Brasília (Foto: André Coelho/Agência O Globo)
Dois policiais civis foram presos por disparar tiros para o alto durante marcha de mulheres negras contra o racismo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no início da tarde desta quarta-feira (18), informou a Polícia Militar. 

Pelo menos um dos dois presos integra grupo acampado em frente ao Congresso para defender a volta dos militares ao poder. Durante o tumulto, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi atingido com gás de pimenta, caiu no chão e precisou de socorro médico.

De acordo com a PM, um dos policiais, que é do Maranhão, disparou quatro tiros para o alto. Ele alegou ter se sentido ameaçado pelos integrantes da marcha. Houve corre-corre e um princípio de confusão entre participantes da manifestação antirracismo e o grupo acampado em frente ao Congresso.

De acordo com a Polícia Civil, ele já havia sido detido na semana passada por supostamente ameaçar com arma manifestantes que participavam de atos na Esplanada. Nesta quarta, ele foi detido por disparo de arma de fogo, encaminhado para a 5ª DP, na Asa Norte, e liberado em seguida, após pagar fiança de R$ 790. A corporação informou que o caso será comunicado à Corregedoria da Polícia Civil do DF. A arma dele foi apreendida.

O outro policial é do DF, segundo a Polícia Civil. Ele foi conduzido à Corregedoria da corporação, que está apurando a ocorrência. A Polícia Civil diz que não há relação entre os dois casos, que aconteceram em pontos diferentes da Esplanada, e que os envolvidos foram conduzidos por equipes distintas da Polícia Militar.

Após o primeiro disparo, lideranças da marcha pediram às participantes que se afastassem do gramado central e "não aceitassem provocação". Outros tiros foram ouvidos no local, após o início da confusão.

"Pessoas que estavam no 'Fora, Dilma', por não adesão do movimento [de mulheres negras] à questão, agrediram, tacaram bombas e parece que tem um rapaz que deu tiro na comunidade da marcha. Racismo", afirmou uma participante da caminhada (veja vídeo).

O Corpo de Bombeiros enviou quatro veículos para atender eventuais feridos, mas até as 15h não havia informações sobre pessoas machucadas. A PM havia destacado cem homens para acompanhar a manifestação, mas deslocou mais policiais para a Esplanada depois da confusão.

A marcha das mulheres negras reunia 10 mil participantes até o momento da confusão, segundo a Polícia Militar, ou 20 mil, de acordo com os organizadores. A manifestação tinha como objetivo "mostrar o respeito pela ancestralidade", disse Vanda Menezes, uma das organizadoras do evento.
Portal G1DF

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