O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), 61, passou todo seu mandato anterior, de 2011 a 2014, sob risco de cassação porque, segundo denúncia do Ministério Público Eleitoral do Maranhão, não conseguiu comprovar origem de 68% do valor de sua campanha de 2010.
Segundo a Promotoria, ele "doou para si mesmo" R$ 557 mil, mas havia declarado manter em seu poder só R$ 16,5 mil em espécie.
Primeiro, o deputado respondeu que o dinheiro se devia a total de salário recebido como deputado ao longo de 40 meses. Depois, incluiu explicação de que vendera casa no valor de R$ 550 mil bem no meio da campanha, em agosto de 2010.
Apesar das explicações não terem inicialmente convencido a Justiça Eleitoral, diversos recursos protocolados por Maranhão e medidas concedidas pelo Judiciário levaram o caso a se arrastar por quase quatro anos sem a decisão final, que seria a cassação do mandato, conforme pedido pelo Ministério Público.
No início de 2015, a própria Promotoria eleitoral reconheceu a "perda de objeto" do processo, já que o deputado havia sido eleito para um novo mandato. Em abril de 2015, o caso foi arquivado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Outra suspeita contra Maranhão, contudo, permanece em andamento no STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef, em delação premiada na Operação Lava Jato, de integrar o grupo de parlamentares "de menor relevância dentro" do PP que recebia de R$ 30 mil a R$ 150 mil por mês do esquema de corrupção na Petrobras.
Considerado pelos seus pares como politicamente fraco e um aliado do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Maranhão surpreendeu seu círculo político ao votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 17 de abril passado, contrariamente à orientação do PP.
Segundo coluna de Mônica Bergamo nesta sexta-feira (6), Waldir Maranhão foi alertado por colegas a agir com discrição, já que ele deve ser "o próximo" a cair, por também ser investigado na Lava Jato.
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