Diante da decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em dar continuidade à tramitação do processo de impeachment, o governo Dilma avalia o melhor momento para protocolar no STF (Supremo Tribunal Federal) uma ação contra o ato do peemedebista.
Segundo a Folha apurou, o governo pode questionar e tentar reverter a ação de Renan via AGU (Advocacia-Geral da União) para que o Supremo determine o que deve prevalecer: a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou as sessões do impeachment na Casa, ou a do presidente do Senado, que ignorou essa deliberação.
Orientados pelo governo, parlamentares do PT e da base aliada também estudam entrar com ações no STF. A ordem no Planalto é usar todos os instrumentos possíveis para tentar reverter o processo contra Dilma, mas a própria presidente tem pedido "cautela" aos auxiliares. Isso porque a ação no STF pode ser a "bala de prata" do governo. Caso a corte dê parecer desfavorável ao Planalto, a petista fica em situação ainda mais difícil.
Assessores de Dilma afirmam que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pode procurar Renan para discutir o recurso antes de buscar o Supremo.
Avisada sobre a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), Dilma pediu nesta segunda (9) "tranquilidade" diante da tramitação do impeachment. "Por favor, tenham cautela. Vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", disse em discurso no Planalto diante de uma plateia de simpatizantes que entoava gritos de "não vai ter golpe" e "fica, querida".
Após o discurso, Dilma convocou Cardozo e outros dois auxiliares, Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) e Giles Azevedo, assessor especial, para uma reunião em seu gabinete.
Por fora do Planalto, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B-MA), aliado do presidente interino, afirmou que haverá recurso ao STF e à Corte Interamericana de Direitos Humanos contra a decisão de Renan. "Havia 200 motivos pelos quais o impeachment é golpe. Agora há 201 motivos."
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