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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Flávio Dino corre risco de ficar refém das legendas...

Como sempre ocorre quando há mudanças de governo, o Maranhão assiste a um grande processo migratório de políticos, de uma legenda (principalmente se estiver na oposição) para outras (de preferência, bem próximas do Palácio dos Leões). Os partidos que mais têm se beneficiado com esta repentina mudança ideológica são o PSDB, do vice-governador Carlos Brandão; o PSB, do senador Roberto Rocha; e o PDT, do deputado Wewerton Rocha e agora também do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior. O PMDB, da ex-governadora Roseana Sarney, até aqui tem sido o que mais perde filiados.

Pelo que se desenha, essas serão as legendas que farão o maior número de prefeitos e vereadores na eleição de 2016, portanto estarão bastante fortalecidas para o pleito de 2018, quando estarão em jogo o cargo de governador, duas cadeiras no Senado, 18 vagas de deputados federais e 42 vagas na Assembleia Legislativa. 

Ao contrário dos processos migratórios do passado, desta vez o partido que tem recebido menos adesão é o PCdoB, a legenda do governador. Como se trata de uma agremiação de regras rígidas, não é qualquer um que recebe ficha para nela ingressar, porém isto poderá ter um efeito danoso num futuro bem próximo.

Como o partido do governador dificilmente fará mais de uma dezena de prefeitos e nem atingirá uma centena de vereadores, no próximo ano, isto significa dizer que o futuro de Flávio Dino, caso insista em parecer comunista, vai depender do humor dos seus aliados, pois para onde penderem tucanos, socialistas e pedetistas, a eleição pode ganhar um novo formato, ou seja, o governador vai ter de oxigenar bem esses aliados - sabe-se lá com quê - para não chegar a 2018 fragilizado.

Vale destacar que pelo menos dois desses aliados graúdos do governador são vistos como candidatos com potencial para sucedê-lo, o vice Carlos Brandão e o senador Roberto Rocha, que podem ganhar mais força se houver, como alguns acreditam que haverá, mudança no cenário político nacional, isto é, se a presidente Dilma perder força (ou mesmo o governo) e o comando da Nação passe para o PMDB de Michel Temer ou mesmo propicie uma vitória do PSDB em 2018. O governador que se cuide, pois pode chegar ao fim do mandato sem autoridade política para dar as cartas.

Como já disse em público, Dino considera qualquer um que se opunha a Dilma traidor, mas se a "trairagem" vencer, ele será o grande perdedor, a menos que faça com Dilma o mesmo que os novos filiados das legendas aliadas estão fazendo como os que até dezembro de 2014 eram vistos como os melhores dos melhores.

Há mais um detalhe, se Michel Temer for guindando a presidente, assim como Itamar Franco em 1992, não se surpreendam com o canto da marcha regresso rumo ao PMDB dos Sarney.
Aquiles Emir

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