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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

No MA também: Bandido rico, bandido pobre

Carlos Brickmann

No Brasil, todos são iguais perante a lei. Mas o desembargador maranhense Megbel Ferreira, condenado pelo Conselho Nacional de Justiça por favorecer uma empresa num acordo com a Prefeitura de São Luís, não levou nem multa: foi punido com aposentadoria compulsória, mantendo o salário integral. Revogou-se a maldição bíblica: o fora da lei ganha o pão sem o suor de seu rosto.

Não é caso único: o juiz Marcos Antônio Tavares matou a esposa, cumpriu pena, mas continua como juiz titular, com todos os vencimentos e vantagens, embora não possa exercer o cargo. O promotor que dirigia em excesso de velocidade, alcoolizado, na contramão, e provocou o desastre que matou uma família inteira, foi transferido de seu posto - só isso. E passou do Interior para a Capital.

Há a menina L.B., de 15 anos - mulher e menor. Foi posta na cela de uma delegacia com 20 homens, por 26 dias. Era previsível: sofreu mais de cem estupros. A juíza que a enviou para a cela masculina foi punida com aposentadoria e salário integral. Recorreu e ganhou. E exerce o mesmo cargo em outra comarca.

Somos todos iguais perante a lei, mas há alguns que são muito mais iguais.

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